A morte do Papa foi brindada em Formiga

Uma dessas famílias de caravana, acredite quem quiser, comemorou: ‘Esse Papa nunca nos representou’

A morte do Papa foi brindada em Formiga
Papa Francisco, uma voz dos pobres que reformulou a Igreja Católica, morreu aos 88 anos - Facebook/Reprodução




Formiga, segundo o Censo do IBGE, tinha 68.248 habitantes em 2022 e a estimativa para 2024 era de 70.668 pessoas. Ela é a 55ª cidade das 853 mineiras e o 203º município dos 5.570 dos brasileiros. Historicamente, há nas Areias Brancas uma grande população católica, a maior, indiscutivelmente.

Na segunda-feira, dia 21, o cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano, anunciou que o Papa Francisco, uma voz dos pobres que reformulou a Igreja Católica, havia falecido aos 88 anos. “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que comunico a morte do nosso Santo Padre Francisco”, disse um comunicado do camerlengo, que continuou: “Às 7h35 desta manhã [horário local], o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”.

Mais triste do que a morte do Papa só mesmo quem gostou demonstrando que gostou. Em Formiga, uma dessas famílias de caravana, acredite quem quiser, brindou: “Esse Papa nunca nos representou”. Depois do comentário, teve agressões verbais entre irmãos e relacionamento de anos se desmoronaram. Um, inconformado, indignado e revoltado, ligou para a redação para comentar. O jornal explicou que não entra em briga de família, mas não escondeu espanto levando-se em conta que são empresários e católicos históricos.

“É um absurdo, tem gente que nunca aceitou o Papa Francisco, que era simples e humilde, e só porque ele era do lado dos oprimidos, dos pobres, respeitava os gays e queria uma igreja que abraçasse ao invés de excluir. Se morasse em Formiga, estaria acolhendo as crianças dos bairros da periferia, apontando caminhos para os drogados e alcoolizados e acalentando as famílias desajustadas. Seria como Jesus gostaria que ele fosse, Francisco jamais frequentaria jantares pomposos em casa de rico ou de quem se acha. Pode publicar aí e colocar meu nome”.

É claro que a redação não vai expor famílias, mas o registro histórico do brinde macabro tem de ser feito.