Alunas do Atelier Maria José Boaventura irão expor obras na capital mineira
‘Urgência da Expressão’ é o tema da mostra que ocorrerá a partir da próxima segunda-feira, dia 4, na Casa Palma

Nove alunas do Atelier de Arte Maria José Boaventura irão expor suas obras em Belo Horizonte a partir da próxima segunda-feira, dia 4. A mostra, que tem como tema “Urgência da Expressão”, ocorrerá na Casa Palma, que fica na Rua Monte Alegre, 225, no Bairro Serra.
Conforme divulgou a artista plástica formiguense Maria José Boaventura, que também já exibiu suas telas nessa casa de arte na capital, a exposição faz parte de um projeto dela, denominado “Do interior das montanhas para um Belo Horizonte”. “Esse projeto foi sonhado no final do século XX, quando percebi que os artistas do interior de Minas almejavam ter uma visibilidade na capital, já que era neste grande centro que a arte se mostrava. Percebi também que transitar com a arte e a cultura das entranhas das montanhas para o mais belo horizonte era entregar para os apreciadores da capital a expressão dos artistas, que, embora estejam no interior das montanhas, percebem de forma singela e singular o que acontece nas teias das várias Minas. Levar a arte do interior para a capital é mostrar o que corre nas veias, o que pensam as mentes e o que as almas sentem quando se vive no meio dos vales, das serras e distante dos grandes centros”, comentou Maria José.
A Casa Palma, onde ocorrerá a exposição até o dia 23 de novembro, pertenceu ao conceituado artista plástico Fernando Palma, que faleceu em 2018 e foi um amigo de Maria José Boaventura. Segundo ela, o artista já esteve em Formiga expondo trabalhos. “Trabalhamos juntos entre 2004 e 2008. Ele foi um médico cirurgião-plástico que deixou a medicina para viver de arte e era fera como artista. Um dos pedidos deixados por ele em vida foi de que a sua casa se transformasse em um lugar para acolher a arte. O seu único filho, Júlio Palma, acatou esse pedido e há mais de um ano a Casa Palma tem funcionado como um local que propaga a arte, o design e a gastronomia. A residência, onde Fernando tinha seu ateliê, conta com 23 ambientes. Agora, as alunas do meu atelier vão expor nessa casa que é feita de arte, que é um refúgio que abrigou inspirações de quem também salvou os seus sonhos”, contou.
A exposição
As obras que ficarão em exposição são pinturas em telas, desenhos artísticos, aquarelas, colagens e instalações. Elas pertencem às artistas plásticas Beth Gouvêa, Claudete Leão, Danuse Bicalho, Júlia Montserrat, Laura Lopes, Joana Nunes, Maria Vitória Canutto, Marina Corrêa e Rosane Melo.
De acordo com Maria José Boaventura, a mostra é resultado das poéticas e dos processos das artistas, que após anos utilizando as técnicas do desenho artístico, da pintura sobre tela e da aquarela, perceberam a necessidade de usarem estes recursos em favor da expressão, além da técnica.
“A exposição veio para estimular as alunas a expressarem suas vontades, seus desejos, seus sonhos, reflexões e o que vai no avesso de suas peles e na transcendência de suas almas. Assim, elas se apropriaram de suas histórias e realizaram obras de arte fantásticas, entregando a representação do que é indivisível em cada uma. Cada obra destas alunas é única no mundo. Isso é um orgulho, pois elas acreditaram no programa e trouxeram histórias lindíssimas, reflexões pertinentes ao nosso tempo, dores acalentadas pelas cores, com narrativas surpreendentes. Elas estão experimentando transformações, mudando suas histórias de vida e saboreando os saberes que a arte proporciona”, comentou Boaventura.