Ana Renata Carro Vidal

“Amo Formiga, pretendo morar aqui até eu morrer. Não quero voltar para o Rio de Janeiro, não quero nunca sair daqui. Formiga hoje é a minha terra e o meu lugar”, assim a médica carioca Ana Renata Carro Vidal explica o seu sentimento de pertencimento a Formiga.
O ano era 1998 quando ela e seu marido, o também médico Ednaldo Durço, desembarcaram na cidade em busca de condições de trabalho e de qualidade de vida. Mãe da Ana Gabriela e do Felipe, que por vocação e exemplos seguiram as carreiras dos pais, Ana Renata se lembra emocionada dos primeiros momentos na cidade. “Morávamos em um apartamento na Rua Dizolina Gatti, na Vila Ferreira. Meus dois filhos nasceram lá e eu, junto com eles, nasci e cresci como mãe. Conheci vizinhos queridos que se tornaram amigos, pacientes e verdadeiros irmãos. Essa pequena rua foi um grande diferencial em nossa vida, de pequena e cheia de futuro, ela, de repente, se fez história marcante com o falecimento de três crianças em um espaço de um ano. Vimos nossa empatia aguçada e transformada, passamos a ver o mundo com muito mais sensibilidade.”
“Formiga e seu povo são únicos. Desde o início, nos apaixonamos. Lembro-me com saudades dos jantares semanais na Cantina Ossolana, cantando em loop infinito “Sapore Di Sale”, e na Cantina da Mama do Piero, isso sem falar nas inúmeras festanças nas casas de amigos. Há pouco tempo, li num livro que, em média, uma criança ri mais de 350 vezes por dia contra dez vezes de um adulto. Acho que sou criança até hoje quando me lembro do privilégio de estar e morar em Formiga”.