Atentados a escolas: Autor de áudios que preocuparam pais em Formiga procura imprensa para se desculpar

O autor dos áudios que circularam pelas redes sociais preocupando pais formiguenses sobre um possível atentado em escolas da cidade procurou, na tarde de segunda-feira, dia 10, a imprensa para se desculpar. “Alexandre” foi orientado pela Polícia Militar a tomar essa atitude e optou por esclarecer todo o mal-entendido à rádio “93 Play”, que no mesmo dia divulgou a retratação dele.

“Flaviano, tudo bem? Eu me chamo Alexandre e eu que tive a infelicidade de gravar aqueles áudios. Eu li na internet a notícia que tinha uma lista de cidades [“Lista do Massacre”] e que Formiga possivelmente estaria nessa lista. Eu, na minha sã inocência, achei que era um policial que tinha soltado isso, porque eu li lá ‘Inteligência da Polícia’. Eu então postei os áudios em um grupo de amigos e acabou que um ou mais deles esparramou esses áudios. Ainda pedi por texto para que ficasse só entre nós, para averiguarmos a situação. Eu tive essa infelicidade e os áudios, por mal, viralizaram na cidade. Então, eu quero pedir desculpa a todos aí. Como eu fui homem para gravar os áudios falando, eu estou sendo homem para pedir desculpas também. Eu interpretei muito mal a notícia. A notícia estava muito vaga. Como sou pai e sou marido de professora, fiquei um tanto quanto apavorado. Se você puder passar esse áudio para eu poder me redimir perante a sociedade formiguense, eu ficaria grato. Muito obrigado”, disse “Alexandre”.

Os áudios que viralizaram em Formiga falavam de um possível massacre nas escolas e que o pessoal da Inteligência da PM de Formiga já teria interceptado o ato, que ocorreria na segunda, dia 10, ou na terça, dia 11. “Não vamos mandar esses meninos para a escola não, pessoal. Já avisa todo mundo que conhecer aí. Quem me falou foi até um policial miliar, marido de uma professora do colégio. Quem tem filho pequeno aí, vamos ficar de olho”, diz o autor dos áudios.

Diante da circulação desses comentários, o 63º Batalhão de Polícia Militar de Formiga esclareceu, em nota, que muitas informações falsas têm sido divulgadas em redes sociais através de áudios, inclusive citando um policial militar como fonte. A PM afirma que se trata de Fake News. “As ações desenvolvidas pela Polícia Militar têm objetivo preventivo. Todas as informações estão sendo monitoradas. Não há nada de concreto. E cada cidadão pode contribuir acionando o 190 em caso de presenciar alguma anormalidade”, destacou a corporação.

Na segunda-feira pela manhã, o Batalhão já havia lançado, na sede da Secretaria Municipal de Educação, a Operação Atena de Proteção Escolar. O objetivo foi garantir a segurança nas instituições de ensino do município. O evento contou com a participação da vice-prefeita Adriana Prado e do secretário de Educação e Esportes, Jaderson Teixeira.

Segundo a polícia, serão desencadeadas, em todo o Estado de Minas Gerais, ações integradas que visam a combater a violência e a criminalidade nas proximidades e no interior de escolas e creches, bem como proteger a comunidade escolar em seu cotidiano.

OUTRA FAKE NEWS

Saiu no domingo, dia 9, no Instagram do jornal “O Tempo” um vídeo curto de 8 segundos com uma imagem de uma jovem oriental que ri com as amigas ao fundo. Segundo a publicação, “apesar de ser um vídeo rápido, a mensagem escrita sobre a imagem ‘inocente’ tem uma influência tremenda na vida e na mentalidade de milhares de adolescentes de diversas cidades do Brasil e, principalmente, de Minas Gerais. A ‘Lista do Massacre’, texto que foi escrito com números no lugar de algumas letras para escapar da ‘censura’ das redes sociais, traz cinco ‘possíveis estados’ e 35 cidades mineiras que poderiam ser alvo de atentados em escolas.” Em um intervalo de apenas 10 horas, a publicação atingiu 61 mil curtidas e 18 mil comentários de adolescentes temerosos no Tik Tok. Segundo o texto publicado, o “massacre” teria possibilidade de acontecer no dia 10 ou 20 de abril.

ATAQUES EM ESCOLAS

A Operação Atena da Polícia Militar ocorre após ataques acontecidos recentemente em instituições de ensino de Blumenau, SC, e na capital São Paulo.

O mais recente aconteceu na semana passada. Na quarta-feira, dia 5, um ataque à creche Bom Pastor, na cidade de Blumenau, no Vale do Itajaí, provocou a morte de pelo menos quatro crianças. Em nota, a Polícia Militar de Santa Catarina informou que um homem de 25 anos invadiu o local e atacou as crianças. Logo depois do crime, o suspeito se entregou no 10º Batalhão da Polícia Militar, onde foi preso e encaminhado para a Polícia Civil.  Além das quatro mortes, outras cinco crianças ficaram feridas.

No dia 27 de março deste ano, um adolescente de 13 anos esfaqueou quatro professores e dois alunos na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona sul de São Paulo. A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. Além dela, outros três professores e um estudante receberam atendimento hospitalar.