Bolsonaristas levantam barracas em frente ao Tiro de Guerra

Manifestantes estavam no local desde o fim do segundo turno das eleições

Bolsonaristas levantam barracas em frente ao Tiro de Guerra
No domingo pela manhã, a Rua Expedicionários Jorge Alvarenga, onde fica a sede do TG, já estava vazia




Os bolsonaristas formiguenses que estavam acampados em frente ao TG-04-030 desde a divulgação dos resultados do segundo turno das eleições de 2022 desmontaram suas barracas no último fim de semana. A movimentação pedia que o Exército Brasileiro não deixasse que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tomasse posse, mas depois das críticas feitas em rede nacional pelo vice-presidente Hamilton Mourão, além da chuva, veio um balde de água fria.

Mourão estava como presidente em exercício depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro viajou para a Flórida, nos Estados Unidos, para não ter de passar a faixa presidencial a Lula. Ele convocou rede de rádio e televisão no sábado, dia 31, e disse que “Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram com que o silêncio ou protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social, e de forma irresponsável deixaram que as forças armadas de todos os brasileiros pagassem a conta. Para alguns por inação e para outros por fomentar um pretenso golpe. A alternância do poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada” e que “a partir do dia 1º de Janeiro de 2023, mudaremos de governo, mas não de regime. Manteremos nosso caráter democrático com poderes equilibrados e harmônicos. Alternância política pelo sufrágio universal, pessoal, intransferível, secreto, buscando sempre maior transparência e confiabilidade. Tranquilizemo-nos, retornaremos à normalidade da vida, aos nossos afazeres e ao conserto de nossos lares.”

As barracas e as movimentações trouxeram desconforto à vizinhança e incômodo a quem passava. Pessoas eram obrigadas a descer do passeio e motoristas a dar ré com medo de atitudes de animosidade.

No período, houve cantoria religiosa, discursos inflamados em vários horários pedindo intervenção militar no país e até ceia com diversos pratos. Um morador contou que teve de “emprestar” energia elétrica porque ficou “com medo” de negar. Durante a vigília, um cidadão acabou sendo agredido tendo o braço quebrado em vários lugares. Conforme a reportagem apurou, ele estava prestes a fazer cirurgia para colocar pinos, o custo do tratamento estava em mais de R$ 6 mil. Os nomes dos patrocinadores não foram revelados.

Ceia de Natal em frente ao TG-04-030