Bombeiros isolam área com risco de ataque de abelhas

Na manhã de sábado, enxame da espécie Europa pousou em tronco de árvore às margens do Mata Cavalo

Bombeiros isolam área com risco de ataque de abelhas
Enxame de Abelha-Europa pousou no tronco da árvore no sábado pela manhã e à noite já havia deixado o local




A 4ª Companhia de Bombeiros em Formiga foi acionada na manhã de sábado, por volta de 11h45, para atender a uma ocorrência envolvendo risco de ataques de abelhas no perímetro urbano. Um enxame de Abelha-Europa havia pousado no tronco de uma árvore morta às margens do Rio Mata Cavalo, a três metros de altura.
No local, os militares apuraram que o enxame havia chegado na região há dois dias, tendo inicialmente pousado na residência em frente e naquela manhã havia se movimentado para o referido tronco.
Diante dos fatos, considerando a possibilidade de se tratar de enxame itinerante e que os insetos ao longo do dia poderiam deixar o local, considerando ainda que, até aquele momento não havia relatos de ataques e o manejo das abelhas poderia ocasionar transtornos imensuráveis, os militares realizaram o isolamento/sinalização das proximidades da área, mantendo a região onde as abelhas estavam sob monitoramento até o período noturno, quando seria novamente avaliada a necessidade de intervenção.
À noite, por volta das 19h35, os bombeiros retornaram à Avenida Paulo de Brito para monitorarem a situação e reavaliarem a necessidade de intervenção no local. Porém, o enxame de abelhas já havia deixado a região, tomando rumo ignorado. Ao longo do dia, segundo a corporação, não houve relatos de incidentes envolvendo as abelhas naquela localidade.
O Corpo de Bombeiros desta que, para assegurar um equilíbrio ecológico, as intervenções na fauna e flora devem ocorrer de forma pontual, visando garantir a preservação da biodiversidade. “Promover e manter o equilíbrio ambiental é vital para assegurar a sustentabilidade do planeta. Para tanto, requer desde a adoção de práticas de manejo responsável à conscientização sobre a interdependência entre os seres humanos e o meio ambiente”.

NOTA DOS BOMBEIROS
Ocorrências envolvendo abelhas, onde há necessidade da intervenção do CBMMG, estendem-se ao longo do ano, porém o período mais crítico é o segundo semestre. A maior incidência está entre os meses de setembro a dezembro, devido à primavera, onde ocorre uma floração intensa na natureza e são construídas novas colmeias, seguida pelo período de queimadas, que praticamente coincide com a primavera, pois as abelhas são “expulsas” das matas e buscam abrigo nas cidades.
As abelhas são os mais importantes agentes polinizadores da natureza, fundamentais para a existência de milhares de espécies vegetais, desde que em estejam em seus ambientes naturais. Algumas espécies de abelhas nativas não devem ser alvo de extermínio, pois tal ação pode contribuir para a extinção dessas espécies: Jataí, Arapuá, Uruçu Amarela, Guarupu, Mandaçaia-do-Chão, Mirim-Guaçu, dentre outras.
Segundo a ONU, está sendo observado nas últimas décadas o desaparecimento gradativo das abelhas, o que é um fator preocupante, pois a vida humana e de espécies animais é diretamente dependente das abelhas, as quais são responsáveis pela polinização de 80% dos cultivos existentes, ou seja, boa parte dos alimentos consumidos pelo homem (frutos e sementes) é diretamente dependente do papel das abelhas na natureza.
Enxames itinerantes devem ser observados de longe, pois tendem a não atacar qualquer pessoa ou animal. O que é popularmente conhecido como ataque é, na verdade, um comportamento defensivo do animal. Dificilmente ocorrerá uma ferroada em um animal ou humano se as abelhas e/ou suas colônias não forem ameaçadas e perturbadas. As abelhas têm uma boa memória geográfica e orientam-se pelo sol em busca de alimento e retorno para sua colmeia, por isso o melhor momento para manejo é no período noturno, quando esses animais diminuem suas atividades e aglomeram-se nos ninhos.

Área onde as abelhas estavam foi isolada e monitorada ao longo do dia