Cães são envenenados em Formiga
Praticar maus tratos contra animais é crime previsto em lei e a sentença condenatória, segundo a Apaf, é pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda

Os cães de rua em Formiga estão sendo vítimas da crueldade humana. Nos últimos dias, vários deles foram envenenados na cidade. Um dos casos ocorreu nesta semana na Vila Padre Remaclo Fóxius e chocou a população formiguense.
Um vídeo de um cão agonizando, que não resistiu e morreu, foi divulgado nas redes sociais pela Apaf (Associação Protetora dos Animais de Formiga) e revoltou os moradores.
“Mais uma vez somos obrigados a testemunhar uma atrocidade em nossa cidade: um animal está agonizando, vítima de envenenamento. É desolador ver cenas como essa se repetirem em nosso município, enquanto nada é feito para impedir esses crimes bárbaros. Precisamos de ações urgentes”, escreveu a associação ao compartilhar o vídeo no Instagram.
A presidente da Apaf, Márcia Alves, disse que o cão andava por toda a cidade e, tempos atrás, ele recebeu uma transfusão de sangue, pois estava com a doença do carrapato. “É uma covardia, pois ele não era um animal bravo”.
No dia 19 de julho, um cão morreu após ser envenenado no Nossa Senhora de Lourdes. “Uma moradora cuida dos cachorros de rua e eles dormem na garagem da residência dela, recebem água e comida. Quando é preciso, ela os leva ao veterinário”, contou Márcia.
A Polícia Militar Ambiental foi acionada, registrou um Boletim de Ocorrências, e colheu informações com os vizinhos para localizar algum responsável pelo crime.
Nesse mesmo local, uma cadela de um vizinho, ao dar uma volta na rua, comeu desse mesmo veneno e vomitou. “Outros cachorros comeram e foram internados, mas, felizmente, eles não morreram”.
Outro caso foi registrado no Bairro Souza e Silva. O dono de uma cadela contou que ela comeu veneno, ficou internada, mas não resistiu.
Animais também estavam sendo envenenados em Furnastur. O dono de uma cadela conseguiu trazer o animal para a cidade e ela foi salva.
O QUE DIZ A APAF
De acordo com Márcia Alves, as medidas que a Apaf tem tomado para esses crimes é se reunir com a polícia e o Ministério Público para buscar soluções para os casos.
“Um absurdo isso que está acontecendo na cidade. Penso que deve haver uma atuação mais acertada da polícia nas investigações. E especialmente um poder público mais atuante na causa animal. Há muitos animais abandonados todos os dias, são dezenas, e precisamos de um trabalho constante de conscientização da população, censo animal e mais castrações. Hoje as castrações são feitas com emendas parlamentare s de deputados e emendas positivas vindas para a ONG. Tem que haver um trabalho mais efetivo nessa área, porque só a castração não resolve. O poder público deve trabalhar com essas outras frentes, senão infelizmente os animais continuarão sendo abandonados e continuarão sofrendo pelas ruas com discriminação, humilhação e maus tratos”, ressaltou Márcia.
Segundo a Apaf, envenenar e praticar maus tratos contra animais são crimes previstos na Lei Federal 9.605/98, no Decreto Lei 24.645/34 e na Lei Sansão 14.064/20. A sentença condenatória é de pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda.
As ações consideradas maus tratos são abandono; envenenamento; animais presos constantemente em correntes ou cordas muito curtas; animais em lugares sujos ou anti-higiênicos; mutilação; sem alimentação ou água; sem assistência veterinária; presos em espaço incompatível ao porte do animal ou em local sem iluminação e ventilação; utilização em shows que possam lhes causar lesão, pânico ou estresse; agressão física; exposição a esforço excessivo; animais debilitados; rinhas e outros.
Quem presenciar ma-us tratos aos animais deve ligar para o 190, em todo o Brasil, para o Disque Denúncia 37 99126-3306 e para a Polícia Ambiental 37 9862-5304.