Campus do IFMG de Formiga adere à greve nacional

Aulas foram suspensas nesta segunda-feira, dia 29, por tempo indeterminado

Campus do IFMG de Formiga adere à greve nacional
Em comunicado, a direção do Campus Formiga diz que reconhece o direito constitucional dos servidores à greve e acredita na necessidade de valorização dos trabalhadores da educação




O IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais) Campus Formiga aderiu à greve nacional iniciada no dia 9 de abril por universidades e institutos federais de todo o Brasil. As aulas foram suspensas nesta segunda-feira, dia 29, por tempo indeterminado na instituição formiguense.

Em comunicado divulgado na sexta-feira, dia 26, o IFMG Formiga informou que a suspensão do Calendário Acadêmico foi deliberada na tarde de sexta-feira, durante uma reunião do Conselho Acadêmico, devido à greve de servidores técnicos administrativos e docentes da instituição.

Com a suspensão, além das aulas, não haverá atividades avaliativas ou de reposição para os cursos técnicos e de graduação. Segundo o IFMG, o calendário do Mestrado Profissional em Administração está mantido.
“No decorrer dos próximos dias serão divulgados detalhes sobre o funcionamento da instituição, bem como o andamento das atividades acadêmicas após a suspensão. O campus segue aberto para os servidores que mantêm suas atividades, à exceção das atividades de ensino dos cursos técnicos e de graduação. A Direção-Geral compreende os impactos da decisão definida pelo Conselho Acadêmico e ressalta o seu compromisso em manter a comunidade informada sobre as próximas ações”, ressaltou a instituição.

A deflagração da greve a partir de 9 de abril foi aprovada em assembleia geral do Sinasefe (sindicato que representa professores e técnicos-administrativos em educação do IFMG), realizada no dia 3 de abril. No entanto, cada unidade tem suas particularidades na condução do movimento paredista.

No dia 12 de abril, o IFMG Formiga noticiou que, em reunião ocorrida no dia 10, uma parcela de técnicos administrativos deliberou pela adesão à greve a partir do dia 15 de abril. “Pedimos aos estudantes, pais e/ou responsáveis e servidores para acompanharem os canais oficiais do Campus e colaborarem mutuamente nesse importante momento de reivindicação por melhores condições para a oferta do ensino público Federal. A direção do Campus Formiga está aberta ao diálogo com todos, reconhece o direito constitucional dos servidores à greve e acredita na necessidade de valorização dos trabalhadores da educação, entendendo que é fundamental para a melhoria da qualidade da educação pública”.

A instituição em Formiga ressaltou que dúvidas de quaisquer natureza podem ser encaminhadas ao e-mail assuntosinstitucionais.formiga@ifmg.edu.br.

 

A greve no Brasil

 

De acordo com o ‘g1’, na primeira semana de greve, ao menos 51 universidades e 79 institutos federais aderiram ao movimento no Brasil. O ato ocorre porque os servidores cobram do Governo Federal reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, além da revogação de normas que foram aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro.

Conforme noticiou o jornal ‘Voz Ativa’, na Mesa Setorial Permanente de Negociação, ocorrida no dia 11 de abril, os trabalhadores rejeitaram a proposta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (Andes), a proposta apresentada pelo Governo Federal foi de reajuste salarial zero, com aumentos apenas no auxílio-alimentação, que passaria de R$ 658, para R$ 1000; no valor da assistência pré-escolar, de R$ 321,00 para R$ 484,90, além de 51% a mais no valor atual da saúde suplementar.

Na pauta nacional unificada, os docentes pedem reajuste de 22,71%, em três parcelas de 7,06%, a serem pagas em 2024, 2025 e 2026. Também estão na pauta a revogação da portaria do Ministério da Educação 983/20, que estabelece aumento da carga horária mínima de aulas e o controle de frequência por meio do ponto eletrônico para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. A revogação do Novo Ensino Médio e da Base Nacional Comum para a Formação de Professores (BNC-Formação) também estão em discussão.

Em nota, o Ministério da Gestão assumiu o compromisso de abrir, até o mês de julho, todas as mesas de negociação específicas de carreiras solicitadas para dar tratamento às demandas e produzir acordos que sejam positivos aos servidores. “Já há dez mesas tratando de reajustes para a educação com acordos consensualizados e oito estão em andamento. Além disso, foi criado um grupo de trabalho para tratar da reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação [PCCTAE]. O relatório final do GT, entregue no dia 27 de março à ministra da Gestão, Esther Dweck, servirá como insumo para a proposta do governo de reestruturação da carreira, que será apresentada aos servidores na Mesa Específica de Negociação”, ressaltou o Ministério.

A nota concluiu que a pasta segue aberta ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas, “mas não comenta processos de negociação dentro das Mesas Específicas e Temporárias”.