Casos de dengue dobram em menos de um mês em Formiga

De janeiro a 3 de março deste ano, foram 6 casos confirmados da doença; do dia 4 ao dia 25 deste mês foram mais sete casos positivos

Casos de dengue dobram em menos de um mês em Formiga
Em Formiga, a maioria dos focos de dengue está nas residências (Foto: Prefeitura/Divulgação)




A dengue voltou a ser uma grande preocupação em várias partes do Brasil. Em Formiga, não está sendo diferente. Os casos da doença dobraram em menos de um mês na cidade. De janeiro ao dia 3 de março deste ano, ou seja, em três meses, foram 6 casos confirmados da doença. Do dia 4 ao dia 22 deste mês, ou melhor, em 22 dias, foram mais sete casos positivos, totalizando 13

As notificações de dengue, que são registros de pessoas com sintomas suspeitos da doença, aumentaram também nesse mesmo período. Conforme divulgou a Secretaria Municipal de Saúde por meio do Setor de Endemias, de 136 notificações até o dia 3 de março o número foi para 201 em 22 dias, totalizando 337 em 3 meses. Os casos suspeitos de chikungunya foram de 36 para 60, totalizando 96. Não houve casos positivos até o momento de chikungunya. Para o zika vírus, não houve notificações nem confirmações.

 

Ações de combate

 

A Administração Municipal pede à população que intensifique as ações de combate ao mosquito transmissor. Conforme divulgado, a equipe de Endemias está atuante e já realizou o bloqueio de transmissão, que consiste em eliminar o mosquito adulto e, assim, evitar que novos mosquitos sejam infectados.

“Dentro dessa atividade foram realizadas, também, visitas domiciliares, com eliminação de criadouros, mutirões de limpeza e aplicação do ‘fumacê costal’. No entanto, é necessário que a população se sensibilize e entenda que a melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que pode se transformar em possível criadouro, seja em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e, até mesmo, em recipientes pequenos, como tampas de garrafas”, divulgou.

O Setor de Endemias informa que a situação é delicada diante do aumento de casos de dengue em Formiga e que, mesmo reforçando os trabalhos de eliminação de criadouros e mosquito adulto, é muito necessária a colaboração da comunidade.

 

LIRAa

 

Diante do aumento de casos, Formiga corre o risco de ter uma epidemia de dengue. O primeiro LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti) de 2023, realizado de 23 a 27 de janeiro, apresentou índice de infestação predial de 5,5%, considerado de alto risco para epidemia de dengue no município. No levantamento anterior, realizado em novembro do ano passado, o índice foi de 3,0%, considerado de médio risco, ou seja, houve um aumento de 2,5%.

As estatísticas apontam que, resultados entre 0 e 0,9 enquadram o município em situação de “baixo risco”, de 1,0 a 3,9 é “médio risco” e acima de 4,0 é considerado “alto risco”.

Desta vez, o LIRAa foi realizado em 1.845 imóveis, entre residências, terrenos baldios, comércios e outros. “A maioria dos focos foi encontrada nas residências, 81,1% do total. A porcentagem de recipientes com larvas positivas para Aedes aegypti dentro das casas é alto, isso mostra integralmente a ‘preferência’ do mosquito para desovar em ambiente residencial e o quanto a população ainda precisa melhorar as ações de prevenção”, informou o Setor de Endemias.

O segundo LIRAa deste ano está previsto para maio.

 

Dengue hemorrágica

 

Em Formiga, três casos de dengue hemorrágica foram registrados neste ano. Os pacientes estavam internados no CTI da Santa Casa e um deles, uma mulher de 47 anos, veio a óbito no dia 9 de março.

A dengue hemorrágica é uma complicação do vírus da dengue e acontece com alterações da coagulação sanguínea. Os sintomas dela são os mesmos de dengue clássica, a diferença é que a febre diminui ou cessa após o terceiro ou quarto dia da doença, além de surgirem hemorragias em função do sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos.

Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória. A baixa circulação sanguínea pode levar a pessoa a um estado de choque, que quando não tratada, pode levar a pessoa à morte em até 24 horas.

 

 

Casos de dengue disparam no Brasil

Os casos de dengue dispararam no Brasil de janeiro até março deste ano. Conforme publicação do “G1” no sábado, dia 25, eles aumentaram mais de 53% nesses três meses em comparação ao mesmo período do ano passado.

Os números da chikungunya também cresceram. Segundo o Ministério da Saúde, 53 mil casos prováveis foram registrados este ano. A taxa representa um aumento de 98% em relação ao número de casos no mesmo período de 2022.

Esses índices preocupam o Ministério da Saúde, que já vê uma situação de epidemia em alguns estadoscom tendência de aumento da transmissão dessas duas doenças, que têm em comum o fato de serem causadas por vírus transmitidos por um mosquito, no caso o Aedes aegypti.

No caso da zika, a pasta também observou um aumento da incidência dos casos prováveis em alguns estados, mas sem ocorrência de óbitos, diferentemente da dengue e da chikungunya.

O mais recente boletim epidemiológico do governo federal aponta o seguinte aumento no total de casos até a semana epidemiológica 11, que se encerrou no dia 18 de março, em comparação com o mesmo período do ano passado: dengue com 404.485 casos prováveis, aumento foi de 53%, 117 óbitos também já foram registrados; chikungunya com 53.996 casos prováveis, aumento foi de 98%, seis óbitos já registrados; zika com 1.625 casos prováveis, aumento foi de 124%, sem registro de óbitos neste ano.

Ainda segundo o ministério, o país está no nível 3 para dengue e chikungunya, com aumento de incidência de casos prováveis e óbitos confirmados. Já no caso da zika, o país está no nível 1, ou seja, estados registraram aumento da incidência de casos prováveis, mas sem óbitos.

 

O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue (Foto: Freepik/Reprodução)