Casos de dengue em Formiga crescem mais de 4.100% em dez meses
Enquanto durante todo 2023 a cidade teve 119 testes positivos para a doença, em 2024, de janeiro a outubro, foram chocantes 4.946 casos

Não, o leitor não leu errado, de janeiro a outubro deste ano em Formiga, os casos de dengue cresceram 41 vezes com relação a todo o ano de 2023, um aumento total de 4.156%. Durante todo o ano passado, foram registrados oficialmente 119 casos. Já do dia 1º de janeiro a 1º de novembro deste ano a coisa degringolou, foram chocantes 4.946 testes positivos. E pior, um médico de um conceituado Centro contou que esse número é subestimado, já que há profissionais que atendem pacientes com sintomas do fim da doença em seus consultórios e não fazem comunicado oficial à Secretaria Municipal de Saúde.
Em nota enviada à redação, a secretaria contou que realizou, de 29 de outubro a 1º de novembro, o quarto Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) do ano. Durante a avaliação, foi constatado que o município está com “alto risco” de epidemia de dengue, com o índice de infestação predial de 4,3. No levantamento realizado no mesmo período de 2023, o resultado foi de 4,7. Houve queda de 0,4% no resultado.
As estatísticas apontam que, com resultado entre 0 até 0,9 o município enquadra-se em situação de “baixo risco”; de 1,0 a 3,9 é “médio risco” e acima de 4,0 é considerado “alto risco”. A grande apreensão é que as chuvas chegaram e os focos tendem a aumentar significativamente até o fim do verão.
O resultado do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti serve para exemplificar que, para cada 100 imóveis existentes em Formiga, 4,3 deles têm focos do mosquito. Além do índice de infestação predial, o levantamento apresenta o “Índice de Breteau” (um valor numérico que define a quantidade de Aedes aegypti em fase larvária encontrada dentro das residências e serve como referência para medir o nível de infestação do mosquito), no qual o resultado foi de 5,0, indicando que para cada 100 imóveis pesquisados durante o LIRAa, cinco possuem recipientes com larvas positivas.
O LIRAa foi realizado em 1.784 imóveis (residências, terrenos baldios, comércios e outros). Todos os focos foram encontrados nas residências. A porcentagem de recipientes com larvas positivas para Aedes aegypti dentro das casas é alta, isso mostra integralmente a “preferência” do mosquito para desovar em ambiente residencial e o quanto a população ainda precisa melhorar as ações de prevenção.
Predominaram os focos em primeiro lugar no lixo doméstico (recipientes plásticos, latas, garrafas, sucatas, entre outros), seguido por depósitos móveis (pratos de plantas, bebedouros, baldes), em terceiro, os depósitos ao nível do solo (tanques, tambores e similares) e, por último, nos depósitos fixos, como calhas, ralinhos e pneus. A equipe do setor de Endemias observou que os focos do mosquito predominaram em recipientes de fácil eliminação e que uma parte da população ainda não descarta esses materiais da maneira mais adequada.
Secretaria de Saúde promove atividades de combate à dengue
A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Setor de Endemias, tem trabalhado na conscientização da população quanto à prevenção da dengue e ao combate do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Segundo a pasta, durante todo este mês, estão sendo desenvolvidas diversas atividades junto às escolas e comunidade formiguense.
“Nessas duas primeiras semanas de novembro, estamos realizando ações nas escolas, mobilizando as crianças e os jovens na prevenção da dengue e no combate ao mosquito transmissor. Nas duas últimas semanas, o trabalho será junto aos PSFs e o Setor de Endemias, com a realização de mutirões de limpeza e panfletagem”, informou.
Alunos da Escola Municipal Lídia Braga com trabalhos feitos nessa segunda-feira, dia 11, sobre a dengue