Com exposição marcada para abril, artista formiguense é destaque na imprensa de BH

Camila Rodrigues Moreira Cruz, com o uso da costura e do bordado, aborda as interseções entre o corpo e a natureza em suas obras

Com exposição marcada para abril, artista formiguense é destaque na imprensa de BH
Uma das obras de Camila Moreira que aborda a vida das mulheres




A artista formiguense Camila Rodrigues Moreira Cruz, de 42 anos, foi destaque nesta semana no jornal “Estado de Minas” com as suas obras de costura e bordado que proporcionam importantes reflexões. Por meio delas, Camila mostra como, nas interseções entre o corpo e a natureza, pode-se vislumbrar caminhos possíveis para a vida, a cura e a transformação.

Essas obras estarão presentes em uma exposição coletiva, que será aberta no dia 4 de abril, no Centro Cultural da UFMG. Elas também participarão de outras duas mostras: uma marcada para julho, em São Paulo, e outra para agosto, em Uberlândia.

Segundo o “Estado de Minas”, Camila é uma artista que tece diálogos profundos sobre a vida das mulheres: seus sonhos, medos, dúvidas, silenciamentos e descobertas. “Suas criações abrem espaço para questões que muitas vezes surgem em rodas de conversa entre amigas, no trabalho ou nos espaços onde podemos nos apoiar mutuamente. Mas, mais do que um reflexo da experiência das mulheridades, suas obras questionam, desafiam e, principalmente, resistem à opressão que atravessa as vidas das mulheres. Camila Moreira nos convida a refletir sobre essas questões ao abordar, com profundidade e sensibilidade, as relações históricas entre mulheres, natureza e sociedade. Em seu trabalho, a artista investiga a presença das mulheres em diferentes contextos e, ao mesmo tempo, expõe as consequências da exploração delas e da natureza. Para traçar essas conexões, Camila utiliza uma multiplicidade de formas, desde o desenho e bordado até as instalações e performances”, completa.

 

Crítica às violências

 

De acordo com o jornal de BH, a artista usa cores que traduzem sentimentos. “O vermelho, uma cor vibrante e simbólica, se torna protagonista em sua pesquisa: o vermelho do sangue, das mulheres, do fogo, da raiva, da dor, do cuidado e do coração. Esses tons intensos, aliados a traços marcados com carvão, delineiam uma crítica poderosa às violências que marcam tanto a trajetória das mulheres quanto a destruição das florestas”, ressalta.

A reportagem diz ainda que Camila cria imagens de forte simbolismo, como árvores, peixes, tartarugas, corações, raízes, tamanduás e até mesmo o útero, que convoca a refletir sobre o tempo. “Elas revelam um presente em constante estado de emergência, onde a atenção às ausências e apagamentos se faz urgente. Os desaparecimentos e silenciamentos das mulheres, assim como os sons da vida que buscam se fazer ouvir, são temas recorrentes e fundamentais em sua produção. Camila Moreira, ao abordar as diversas naturezas presentes nas florestas e nas vivências femininas, nos apresenta um conjunto de obras que questiona as estruturas patriarcais e capitalistas, ao mesmo tempo em que propõe um novo olhar sobre o cuidado, a resistência e a reinvenção do feminino. Conhecer sua pesquisa artística é, portanto, um convite à reflexão e à ação. Uma proposta de resistir e renascer, tal como as árvores e as mulheres que se erguem em constante renovação. Assim, a artista Camila Moreira nos mostra a essencial importância de ser mulher-floresta para reflorestar o mundo”, finaliza.

Camila Moreira assume Escola de Belas Artes da UFMG no dia 16

Camila Moreira tomará posse no dia 16 de abril como diretora da Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Essa é a segunda vez que um formiguense ficará à frente da instituição. O primeiro foi o professor Luiz Antônio Cruz Souza, que nasceu e foi criado na Rua Nova, no Bairro do Rosário. Já Camila sempre foi moradora da Rua Campos Altos, no Engenho de Serra.

A formiguense cursou artes plásticas na Universidade Federal de Uberlândia e é doutora e mestre em artes plásticas pela Université de Paris – Panthéon Sorbonne – França. Está finalizando o seu pós-doutorado em desenho pela ECA/USP. É professora adjunta II do Departamento de Desenho e professora permanente no Programa de Mestrado Profissional da Escola de Belas Artes da UFMG. No âmbito da pesquisa, é fundadora e coordenadora do Núcleo de Estudos e Ensino em Desenho Contemporâneo (NEDEC/UFMG), pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Pintura e Ensino (NUPPE/UFU) e pesquisadora da cor no Grupo de Pesquisas Cromáticas ECA/USP. É ainda membro da Associação de Artistas (Art)ère – Paris – França e do comitê de Couleurs d’Artistes – Encyclopedie Numérique des Couleurs – Université de Sfax – Tunísia, Université de Monastir – Tunísia, Université de Bordeaux – Montagne – França. Além disso, é membro da Comunidade EBA/UFMG desde 2019.