Comerciantes e profissionais liberais reclamam de pessoas em situação de rua na Ferreira Pires
Antigo reduto do footing formiguense é tomado por drogas e prostituição

Mulheres no sentido horário, homens no sentido anti-horário ao som da corporação musical São Vicente Férrer. Assim eram as noites de sábado e domingo em volta do coreto da Praça Ferreira Pires nas décadas de 1.950, 1.960 e 1.970.
Nas décadas de 1.980, 1.990 e 2.000, as baladas ficavam por conta dos bailes no Clube Centenário, do movimento do Bar do Seu Luís, do Bar do Nalvo, da Boate Aquárius, do Vídeo’s Bar, do Gedão e do Bar do Clube da Esquina.
Em 2024, espaço para jogos de baralho, prostituição e, segundo comerciantes e profissionais liberais, possível futura cracolândia. Assim se resume a história da gloriosa Praça Ferreira Pires.
Nesta quinta-feira, dia 25, pela manhã, uma comitiva foi formada para relatar ao Poder Executivo o problema que vem se agravando e que pode trazer um futuro indesejável. Segundo pessoas que trabalham na região, tudo começou a piorar há cerca de 25 anos, quando a Prefeitura construiu mesas e bancos de alvenaria para jogos de baralho na esperança de proporcionar lazer para homens da terceira idade, porém com a mudança do centro comercial mais pujante para a Praça Getúlio Vargas, Rua Pio XII, Rua Silviano Brandão e Rua Barão de Piumhi, o movimento na Ferreira Pires passou a ser de pessoas distantes de interesses comerciais.
Em áudio, um profissional liberal relatou a “O Pergaminho” que “a Praça Ferreira Pires foi invadida por cidadãos estranhos, que estão dormindo no coreto, entrando nas lojas, pegando calçados e dizendo que não vão pagar e que podem chamar a Polícia para eles. Esses mesmos cidadãos foram a um restaurante da região e ameaçaram o proprietário, estão fazendo comida na praça e incomodam até os formiguenses que aguardam lotação no ponto de ônibus. Alguns comerciantes se reuniram pela manhã na Prefeitura pedindo uma ação rápida do Município, porque senão vai virar cracolândia. Depois que tiver 100, 200, aí não tem jeito de tirar mais. Está um absurdo, um verdadeiro horror”.
NOTA DA PREFEITURA
Pouco mais tarde, por volta das 11 horas, a Prefeitura de Formiga divulgou a seguinte nota:
“Em relação aos cidadãos que estão em situação de rua e que nos últimos dias têm permanecido na Praça Ferreira Pires, a Administração Municipal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Humano, esclarece que nos dias 19 e 31 de outubro foram emitidas passagens para que as cinco pessoas retornassem à cidade de origem, Piumhi.
Após os procedimentos necessários de registro e emissão das passagens, os cidadãos embarcaram para a cidade vizinha. No entanto, dias depois, todos regressaram a Formiga. A partir do retorno, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) iniciou, no dia 26 de dezembro, o acompanhamento da situação e novamente foram oferecidas novas passagens. Entretanto, a equipe constatou que não seria possível a emissão, já que, segundo relato dos próprios cidadãos, todos eles haviam perdido os documentos de identificação. Nesse momento, os servidores do Creas se disponibilizaram a levá-los à Delegacia da Polícia Civil para que fossem registrados Boletins de Ocorrência, mas os cidadãos não aceitaram.
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social tem o relatório de toda assistência disponibilizada a essas pessoas que estão em situação de rua. Inclusive, duas delas manifestaram que desejam fazer um tratamento. A equipe do Creas agiu rapidamente e as internações já estão agendadas.
Em relação ao formiguense que, no momento, também está em situação de rua (na Praça Ferreira Pires), o Creas informa que ele também é acompanhado pelo equipamento desde o dia 24 de maio de 2023. Recentemente, a família estava custeando o aluguel de um imóvel para ele morar. No entanto, por motivos pessoais, ele retornou às ruas da cidade.”