Comitê lançará campanha contra a proliferação do Aedes aegypti em Formiga
Iniciativa tem como objetivo orientar a população quanto ao descarte correto do lixo para evitar a reprodução do mosquito que transmite a dengue, a zika e a chikungunya

Com a chegada do verão no Brasil, a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya ganha impulso. A combinação de calor e chuvas promove o ambiente ideal para a proliferação do Aedes aegypti, transmissor dessas doenças. Em Formiga, já atento a isso, o Comitê de Enfrentamento às Arboviroses da Secretaria Municipal de Saúde lançará uma campanha de conscientização da população quanto ao descarte correto do lixo para evitar a proliferação do mosquito na cidade.
Na tarde de terça-feira, dia 25, o comitê realizou uma reunião para discutir questões relacionadas às doenças típicas do período de verão que representam grande preocupação para a saúde pública. De acordo com a Secretaria de Saúde, durante o encontro, diversos pontos relevantes foram abordados, incluindo a criação da campanha, e iniciativas foram tomadas visando apontar soluções para os problemas identificados em um curto espaço de tempo.
“A campanha é importante para conscientizar a população sobre o descarte correto do lixo, a fim de evitar acúmulos em lotes, Áreas de Preservação Permanente (APPs) e nas ruas. O compromisso do comitê é trabalhar incansavelmente para proteger a saúde da população e evitar a propagação dessas doenças que impactam negativamente a qualidade de vida de todos”, informou.
No dia 16 de junho, a Secretaria Municipal de Saúde divulgou o boletim epidemiológico de arboviroses. Segundo ele, foram registrados 94 casos confirmados de infecções pelo mosquito Aedes Aegypti em cinco meses (1º de janeiro a 10 de junho) em Formiga. Desse total, 86 foram de dengue e 8 de chikungunya. Nesse mesmo período, não houveram casos para zika vírus e febre amarela.
LIRAa
Formiga está com médio risco de epidemia de dengue. Isso foi o que apontou o segundo LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti), realizado entre os dias 22 e 25 de maio, e divulgado também em junho pela Prefeitura. O índice de infestação predial do mosquito foi de 1,1.
Em comparação ao primeiro LIRAa, realizado em janeiro, houve uma queda, já que o índice foi de 5,5, considerado de alto risco para a dengue. As estatísticas indicam que índices de 0 a 0,9 enquadram os municípios em situação de “baixo risco”; de 1,0 a 3,9 é “médio risco” e acima de 4,0 é considerado “alto risco”. De acordo com a Secretaria de Saúde, o resultado do LIRAa serve para exemplificar que, para cada 100 imóveis existentes em Formiga, 1,1 deles têm focos do mosquito.
O LIRAa foi realizado em 1.680 imóveis (residenciais, terrenos baldios, comércios e outros). A maioria dos focos foi encontrada nas residências, 89,4% do total. A secretaria informou que o setor de Endemias continuará com a intensificação das ações de campo e atividades educativas, como preconiza o Programa Nacional de Controle às Arboviroses e seguindo orientações de estratégias discutidas e planejadas pelo Comitê de Enfrentamento às Arboviroses do Município. Os agentes de endemias realizam trabalho diferenciado nos bairros nos quais o índice foi mais alto.
No estado
No dia 20 de julho, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou os resultados do segundo LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) de 2023 em Minas Gerais. A pesquisa foi realizada junto aos municípios mineiros entre os dias 15 de maio e 2 de junho.
De acordo com os dados enviados à SES-MG por 817 municípios, 380 (46,5%) deles apresentaram o Índice de Infestação Predial pelo Aedes (IIP) igual ou menor que 0,9 e, por isso, receberam a classificação satisfatória, indicando que eles estão em situação de baixo risco de transmissão de arboviroses. Contudo, ainda havia 373 (45,7%) municípios em situação de alerta e 64 (7,8%) permaneciam em situação de maior risco (IIP maior que 4,0) para a transmissão das doenças no período investigado.
O IIP indica o percentual de imóveis que apresentaram recipientes infestados por larvas de Aedes, em relação ao total de imóveis que foram vistoriados pelos agentes de combate a endemias.
“A chave para combater o mosquito é a prevenção e o trabalho conjunto com toda a população, por meio do controle integrado de vetores, que envolve não apenas a remoção mecânica de todo tipo de recipiente que possa acumular água e se tornar criadouro desse vetor, como também a vedação correta com tela ou com tampas próprias das caixas d'água e outros reservatórios que possam se tornar criadouros”, destacou a SES-MG em nota.
Até o dia 20 de julho, foram notificados 394.735 casos de dengue no estado, dos quais 250.604 foram confirmados, sendo 159 óbitos. Quanto à chikungunya, foram notificados 81.796 casos, com confirmação de 58.348 casos e 32 óbitos. Já em relação à zika, houve 169 notificações e 28 casos confirmados. Não houve óbitos.