Crônica: A massa de pastel
Manoel Gandra (de Formiga/MG)

Contam pelos quatro cantos da cidade (e se contam é porque pode ou não pode ser verdade) que a ex-vereadora e ex-candidata a prefeita Hortência Nunes foi protagonista de uma divertida história sobre culinária.
Excelente cozinheira, Hortência tem receitas maravilhosas e os almoços de domingo são sempre disputados quando é ela que está à frente do cardápio (dizem que ela gosta tanto de uma beirada de fogão que não perde um só programa da Brazilaine Chicre pela “TV Oeste”).
Certa vez, lá pelo final dos anos 70, seu irmão Manoel Nunes trouxe uma boa notícia de Belo Horizonte. Na Copasa, onde era diretor, tinha muita gente falando de uma certa massa de pastel que já vinha pronta. Naquela época, cada família tinha a sua receita de massa e nem se sonhava em comprá-la em supermercado.
Ao ficar sabendo do novo produto, Hortência foi até o Peg-Lev e procurou saber de Carlyle Garcia (hoje conhecido como Garoto Sebrae) se já tinha a massa de pastel em Formiga.
__Tem sim, Hortência, a marca é Joselito e fica ali naquela parteleira (falam que Carlyle tinha muita dificuldade em pronunciar prateleira corretamente).
Hortência foi lá, comprou, pagou e levou pra casa. No final de semana, Manoel chegou de Belo Horizonte.
__Não gostei da massa não, Manoel. Dá muito trabalho. Não sei pra quê aquele monte de plástico no meio. Horrível!
Foi então que Manoel quis saber o porquê de tamanha decepção com o novíssimo produto. É que Hortência não tinha lido o “modo de fazer” e acabou indo pela sua cabeça. Ela abriu a embalagem, tirou uma por uma das lâminas, cada um dos plásticos que as separavam, colocou água no monte e amassou bem. Usou uma garrafa de Bhrama como rolo e um pires Colorex para fazer as rodelas. Veio com o recheio e apertou as laterais com um garfo para colar.
Hortência estava mesmo com a razão, realmente dava muito trabalho aquela tal massa de pastel Joselito.