Crônica: Empelotismo

Manoel Gandra (de Formiga/MG)

Crônica: Empelotismo
Manoel Gandra é poeta e jornalista




Pouca gente conhece os bastidores da Câmara Municipal de Formiga. Quem vê o rompante da pose do candidato, a alta tonalidade de voz e a postura de galos de briga dos palanques nem imagina que as ideologias e o rompante não fazem parte do cotidiano dos que foram eleitos.

Historicamente, o cafezinho que antecede as reuniões plenárias e os “lanchinhos” logo após o batente são cheios de afagos e brincadeiras. O que acontece atrás dos biombos são rodas de pessoas amigas, que se gostam e que aprontam das mais diversas umas com as outras.

Tem um causo que tem como protagonista o antigo vereador Celsinho do Sindicato. Já falecido, ele pôde deixar sua colaboração de pessoa íntegra e dedicada às necessidades do povo durante os anos em que foi vereador (de 1989 a 1992).

Minutos antes de uma reunião plenária, Celsinho comentou que tinha visto uma reportagem no “Fantástico” que o impressionou. Ela seria sobre uma nova ciência: o empelotismo.

Ninguém entendeu nada, e mesmo os que também tinham assistido ao programa não se lembravam. Foi aí que Celsinho quis explicar:

__É assim, o sujeito fica sentado e outro balanga um relógio de bolso na frente dele. Aí, o sujeito fica completamente EMPELOTIZADO.