Crônica: Estação solidão
Robledo Carlos (de Divinópolis)

Aresta insignificante que te causei,
talvez, por destino, eu tenha perdido
o mais sublime amor que lhe dei.
Deixe ao menos a esperança, a última que ainda me resta.
De ventura sob incandescente incerteza
sentado em jacarandá frio de ataúde,
com o rosto iluminado, seguindo o farol
ensaiando palavras inauditas
por mais que tentei e pude.
Seguindo com movimento de girassol,
por um fim nessa amargura.
Triste noite de espera em vão.
A estação apaga em dor.
Com os olhos em lágrimas, sigo o último vagão delirando em busca, talvez, de um aceno ou, quem sabe, um bilhete jogado ao vento.
Seria então como um bálsamo
a esse coração que ainda insiste.
Vai Noturno, resta-me os sons dos trilhos, que esvai para a próxima estação, a Estação Desilusão.