Crônica: INDAGAÇÕES
AC de Paula (de São Paulo)

Entre o sim e o não, entre a certeza e o talvez, paira a indagação, o que será desta vez? Entre a magia do sonho e o amargo da razão, prevalece a incerteza, que as vezes vira tristeza, ou talvez, desilusão.
Entre o céu de brigadeiro e as nuvens do temporal, entre a roupa no armário ou pendurada no varal. É da natureza, o jogo, e não existe ranço ou mágoa, entre a água que apaga o fogo, e o fogo que ferve a água.
A mão que embala o berço, pode amparar a queda, pode segurar o terço, pode atirar a pedra.
Viver é correr perigo, isso é fato consumado, a esperança é abrigo, não se faça de rogado e foque nas soluções, todo mundo tem guardado, no porão, os seus fantasmas, e os seus próprios dragões.
A força de um sorriso pode a gente alegrar, mas, às vezes, é preciso sentar num canto e chorar. Jamais lamente o passado e os erros cometidos, e se algo não deu certo, que sirva de aprendizado, e que aquilo que deu errado, jamais seja repetido.
Entre o justo e o direito é preciso aprender, que quando a justiça é tardia, o direito, se havia, pode até perecer.
Nessa vida passageira, rápida, veloz, ligeira, eu deixo esta mensagem, e a minha voz entoa, estou aqui de passagem, mas não vim aqui atoa.
A vida é pra ser vivida, não sou guru, sou poeta, mas guarde bem o recado, ninguém é puro nem santo, cada um em cada canto, tem seus erros, seus pecados.
Parodiando o velho ditado, desesperar não convém, passarinho que come pedra sabe a coragem que tem, quem tem boca cala o bico para evitar o atrito, nem sempre ganhar no grito é a melhor solução, melhor segurar a onda e conter a emoção.