Crônica: Mãe

Robledo Carlos (de Divinópolis)

Crônica: Mãe
Robledo Carlos é representante comercial




Era pequena, franzina e urso.
Eu cabia no tamanho de seus braços
Era o tamanho da ternura, penso que assim teria Maria mãe.
Guardado em lanças, sob o olhar de jaguar.
É assim mãe que te vejo.
Foi tão cedo.
O   meu endereço, apto 37.
Mãe…
Retorna o Velho, dê guarita, aí ele é diferente.
Talvez meu confuso. Mas é o mesmo doce de sempre, grato a Deus, temente, aquele jeitinho de mesmo.
Incomoda-me o silêncio dos homens.
Mãe, seu antúrio floriu, as violetas estão lindas, e semana que vem podo a parreira.
Os meninos vão bem, tiraram boas notas, Enrico perdeu mais um dente.
Vicente é o mais lindo que há, já Lourenço é custoso que só!
É muito menino e meninas. Os netos florem em jardins que nem você imaginaria, eles voam, eles encantam.
Vamos levando na sua ausência, tudo corre bem, temos dores, você tem visto, mas o que importa é que estamos juntos.
O velho chegou aí, talvez ainda não o tenham apresentado, caso isso aconteça, mostre-lhe um acordeom e o retrato de seus sete filhos.
Ele educadamente limpará o nariz, e dirá:
- Obrigado, Senhor!
Esse é o nosso pai.