Crônica: MOINHOS DE VENTO

AC de Paula (de São Paulo)

Crônica: MOINHOS DE VENTO
AC de Paula é dramaturgo, poeta e compositor




A mão que afaga é a mesma que apedreja, a mídia que endeusa é a mesma que cancela, que faz brilhar a estrela e que lhe apaga o brilho. Não há bem que sempre dure e não há mal que não se acabe, maribondo não faz mel e nem todo mundo sabe, há muito o que se aprender antes que a vida se apague.

Cada dia uma lição, já é praxe, é rotina, tem gente que não entende e pensa que tudo sabe, no entanto não me cabe lhes dar o mapa da mina.  A vida é jogo de cena, cortina que abre e fecha, quem hoje pisa na lua, na terra amanhã tropeça. O tempo é mestre invisível, ensina sem dar aviso, quem não lê nas entrelinhas, não aprende o improviso.

Não pense só em fazer, tenha atitude e faça, pois a vida é passageira e a indecisão amordaça, cala o grito no peito, e deixa tudo mais sem graça. O riso que hoje encanta, amanhã pode ser vão, a boca que hoje beijas, pode amanhã dizer não, entre o verso e o reverso, é importante observar que nem tudo está perdido, é preciso navegar, ser um mestre em improviso, sonhar e realizar.  

Sua voz silenciada é uma faca sem gume, em ação e ousadia essa vida se resume, mas há profundos mistérios, que o silêncio sabe amar, decifre pois os critérios, é preciso navegar por águas turvas    profundas, emergir e se encontrar. 

A verdade é uma faca de dois gumes, corta os laços da mentira e revela o que é real, entre o sonho e a realidade prevalece o ideal, inserida no contexto na essência da caminhada, a força que revigora está na trilha da jornada. 

E nas sombras ilusórias da confusão do labirinto, as mentes precisam ser ágeis, e para as questões difíceis, não existem respostas fáceis, quando o temporal passar e brilhar o sol radiante de alegria, você pouco vai lembrar da tristeza que havia. Mas por favor não se iluda, é sempre bom contar com a sorte, pois na história dessa vida, sinto lhe dizer, lamento, existe um só Dom Quixote e muitos moinhos de vento.