Crônica: No oculista
Manoel Gandra (de Formiga/MG)

Sabe daquelas pessoas queridas, amigas, competentes, humanas e alegres? Pois é, esse é o perfil de nossa personagem principal de hoje: Vilja Cibele Gischewisky.
Cibele é funcionária (das melhores) da Fuom, casada com Cláudio Souza - que trabalha na Cemig e é proprietário da Casa Souza (onde o material agrícola é sempre mais barato) - e tem duas filhas Marias (a Cláudia e a Virgínia).
Era uma sexta-feira ensolarada e a nossa personagem pediu que uma colega de trabalho, a Lídia Montsserrat, a levasse ao oculista, porque iria “dar um reparo nas vistas”. Ela teria de pingar aquele colírio que dilata a pupila e que ninguém enxerga nada. A consulta estava marcada para as dez horas e a amiga chegou por volta das nove e meia. Cibele e suas duas meninas entram no carro e vão.
Ao chegarem ao oculista, a amiga/motorista fala que ficará no veículo com as meninas enquanto durasse a consulta. Lá pelas dez e meia, Cibele sai da sala de atendimento, passa pela recepcionista vendo tudo embaçado. Ela chega perto do carro, tenta abrir a porta e não consegue:
__Abre aí pra mim...
E nada, a porta continua trancada.
__Anda gente! Abre aí pra mim, que eu não tô vendo nada... Abre aí pra mim! Que brincadeira chata!
Como ninguém ouvia, ela começou a balançar o carro:
__Abre a porta, gente...
Foi quando chegou um senhor muito educado, de uns 60 anos e voz mansa:
__A senhora vai quebrar o meu carro.
Ao longe, Cibele ouve os gritos das meninas:
__Mãããe, a gente tá aqui.
O que houve foi que a amiga/motorista tinha levado o carro para uma sombra e um outro veículo da mesma cor estacionou no lugar. Como não estava enxergando, nossa querida personagem achou que suas filhas e a amiga estavam brincando com ela. Morrendo de vergonha, pediu desculpas. Foi para o carro certo e quase bateu na amiga.