Crônica: O fordinho do João Dias

Manoel Gandra (de Formiga/MG)

Crônica: O fordinho do João Dias
Manoel Gandra é poeta e jornalista




Esteve em Formiga durante a Semana Santa um dos expoentes da gloriosa Força Aérea Brasileira e um dos mais ilustres filhos da terra: Gil Lima.

Acompanhado de sua bela Dagmar, ele visitou a redação de “O Pergaminho”, onde relatou um divertido caso que teria se passado com seu pai, Altino Lima, e o saudoso vereador João Dias.

Um dos mais importantes empresários de sua época, Seu Altino era o proprietário da concessionária da Ford e, pelos preços baixos e melhor atendimento, ganhou fama e tinha clientes de toda a região.

Durante sua vida, o vereador alimentou um sonho: comprar um veículo zero quilômetro. E, para não ter erro, o carro deveria ser, é claro, da agência de Altino Lima. Fez economias e acabou conseguindo adquirir um fordinho dos mais bonitos. O veículo serviu para ele andar por todas as comunidades rurais, fazendo visita aos correligionários.

O carro era ótimo. Era colocar gasolina e sair. “Supimpa!”, como dizia o vereador. Tudo era muito bom. O único problema é que, naquela época, eram poucas as estradas asfaltadas, havia muito buraco, e os veículos acabavam se estragando, independente do zelo do proprietário.

Certo dia, João Dias teve de ir a Arcos para uma reunião política (dizem que foi com o deputado Maurício Andrade). Na volta, deu azar e caiu em um mata-burro que havia perto da fazenda do Carlos da Granja. O veículo ficou bastante avariado. João Dias pegou uma carona e foi até a agência do Seu Altino Lima pedir a ele que mandasse um mecânico buscar o fordinho.

__Ainda bem que o senhor não se machucou, Seu João. Foi uma pena o carro ter deixado tão ilustre vereador na estrada, comentou Altino.

__O carro não me deixou na estrada não. E eu sô bobo? Eu é que deixei ele lá.