Crônica: Vende-se um carro

Se existe na Prefeitura uma pessoa muito (mas muito mesmo) educada. Ela é o controlador Marcelo Vaz de Campos.

Na sede do Executivo, ele é pessoa das mais queridas. Junto a seus colegas de primeiro escalão, é tido como dos mais fiéis. Muito profissional, o controlador acabou se aproximando de outros assessores municipais e fez grandes amigos. Dentre eles, Carlos Alberto Sales, o Carlinhos da Embratec. 

Carlinhos é figura única. E proporcional à sua competência é a sua veia de gozador. Quem não o conhece pode, a princípio, estranhar suas brincadeiras (que são muito inteligentes), mas depois acabam sabendo como ele é... e é só alegria.

Assim que assumiu seu cargo na Prefeitura, Marcelo foi vítima de uma brincadeira das mais divertidas. O autor da façanha: ele, o Carlinhos da Embratec.

Quem vê hoje o controlador andando pela cidade em seu Corsa novinho em folha pouco se lembra de que ele andava em uma Passat surrado, amassado e faltando pintura. Era um Passat 82 azul, que tinha uma grande quantidade de remendos brancos, da cor de massa de lanterneiro. 

Quando comprou o Corsa, Marcelo resolveu vender o carro velho. Mandou escrever em uma folha de papel de pão a palavra “vendo”, seu telefone e pregou no vidro traseiro. Guardou o carro zero e ficou andando no Passat para facilitar o negócio. Em uma segunda-feira de manhã, ele parou o carro no estacionamento da Prefeitura. Na hora do almoço, ele olhou do terceiro andar e viu que vários funcionários rodeavam o veículo. Logo pensou: “Tem muita gente interessada, vai ser fácil vender o carro...”. Desceu as escadas correndo. Quando chegou bem perto, viu que o pessoal morria de rir.

O que aconteceu foi que, debaixo de “vendo”, Carlinhos escreveu “duvido”. Ninguém quis comprar o carro, Marcelo ameaçou apelar, mas o pessoal pôs pano quente. No outro dia, Marcelo colocou de novo “vendo”. Carlinhos foi lá e “duvido”. Dizem que o carro está até hoje guardado na garagem do controlador.