Cronicando: Caduque-se
Robledo Carlos (de Divinópolis)

Deixaria então, ao que resta, a solidão ao sol primaveril.
Tão pouco fronteiriço do portal ao qual aproximo.
A paciência e o sofrimento são bengalas em fila.
Aprendo no caminhar entre pedras, mas quase sempre, em brisas constantes.
É bela a flor do maracujá, bem amadurecido nem tanto.
Aporto desvairado em sonhos, tão longínquos e limítrofe a urinois febris.
Apoio a contemplação de vistas falhas, molhando a ponta dos dedos na língua, na página que viro.
Hétero, etário, sexagenário, fitoterápicos insípidos e coloridos na caixa do erário.
Transbordo em gestos e conversas quase sempre repetitivas.
O espelho da decadência, grisalhos dementes aos olhos juvenis.
Silêncio em questão de que não me importo.
Dúvidas permanentes atemporais de minha crença.
Passei a gostar do pulover, antes tão odiado... e até do cachecol!
Existência de várias sementes que fui, em solo que plantei amor, em lágrimas de risos, em silêncio de perdão em cantos de ternura.
Envelheço no tempo que passa amiúde entre meus dedos, devagar, rindo, zombando de mim.
Guardo um coração cheio de saudades!
Faço saudades, fabrico saudades, é preciso cativar, é preciso plantar!
Permaneço em pé, acarvalhado sob a brisa que me transpassa sutilmente esperando o tranco do machado.