Cronicando: Caô Kabecilê
Robledo Carlos (de Divinópolis)

Não haverá injustiça não
Nem tão pouco medo terei
Sou filho do rei de Oyé
Nada pode o injusto eu sei
Trago beguiri para que ceie
Há injustiça em meus lamentos
Cerveja preta e vinho doce
Para as tempestades e tormentos
Descansa nas montanhas
É cercado de pedreira
Tem o fogo como proteção
Meu guardião de vida inteira
É da nação ioruba
E com ira faz justiça
Eu sou filho de Xangô
Eu sou filho de Xangô
Não atrevas e nem o atiças
Pois Não é um rei comum
não sofrerá a injustiça
E não terás mal algum
Atreveu-se um dia Ogum
Que detinas do ferro segredo
Mas perdeu pra ele Iasãn
Pois tinha nas mãos do guerreiro
Pedras de fogo no lagedo
Eu sou filho de Xangô
Eu sou filho de Xangô
Pode ter consciência
Pois Xangô está na espreita
Com oxé entre suas mãos
A justiça será feita
Meu rei de ioruba
Filho de Torossi e Ana
Mas foi iansã que fez
O grande rei chorar