Cronicando: Costumeiro
Robledo Carlos (de Divinópolis)

Eu escrevo meus erros no papel
eu os apago deixando cicatrizes
e assopro na borracha que espalho
em novas escritas e outros deslizes
Minha velha brochura chamada vida
de poucas páginas ainda em branco
com folhas apagadas e outras vividas
e alguns pedaços de algumas que arranco
Eu erro o tom
não acerto a nota
eu erro o alvo
me perco na rota
Eu escrevo meus erros na areia da praia
e quando não é a água, é o vento que espalha,
as poucas páginas que restam.
Agora escrevo em nanquim
é que faço um recomeço,
de história meu pasquim
Eu picho o muro
eu colo no poste
eu falo, eu juro
com o dedo em riste
que sou errante sem sorte