Cronicando: Despedida em lamento
Robledo Carlos (de Divinópolis)

Quando em meio ao caos,
de seu peito faço meu escudo.
Aquilo que via entre seus cabelos
a tragédia que ora anunciava
nossa partida para o mundo incerto
Já a sós em balanço de fétido navio
Estamos todos juntos a navegar
Junto a irmãos de olhos arrebatados
Via o sofrimento que cantava no momento
Perguntei à minha mãe
O por quê cantam triste lamento
Ela sorri para mim, para meu padecimento
Vamos cantar nesse mundo agora
Mas nem vejo alegria no canto
Cantar a saudade que deixamos por cá
O mar bate revolto no negreiro
Parece também que quer cantar
Suas águas invadem o porão
E o mar se põe a chorar
Aporto de sono profundo
Quando ouço alguém soluçar
Era outra criança que estava a sonhar
da liberdade dos dias de outrora
Dessa vida sem saber o que esperar
Valei-me Xangô.