Cronicando: Galopada
Robledo Carlos (de Divinópolis)

Sigo o caminho ao longe
se nele estou, eu nem sei
o vento, meus olhos tinge
ofuscando onde passei
saudade no peito tange
das cantigas que amei
É que corro em cavalgada
a pressa não tarda a morte
nem o tamanho da estrada
dessa sina eu me farte
em estúpida jornada
devagar, tenha mais sorte
Agora bem devagar
em cadenciado trote
sem ter tempo para açoite
Outros caminhos arraste
junto às estrelas da noite
em voo alado celeste
Mas pra que tanta pressa
vou refazer o caminho
becos, ruas, travessas
e que talvez eu me encontre
perdido em minhas promessas
Ou já no bico do abutre
Robledo Carlos é membro da Academia Formiguense de Letras