Cronicando: Lábios
Robledo Carlos (de Divinópolis)

Gosto de ver seus lábios.
Eu os vejo mesmo em silêncio, dizer amar-me.
Gosto de vê-los em taciturno repouso e como é bom tê-los em sonhos.
A tocá-los sem medos e pudor, em vestido carmim vermelho.
Reflete em minha pele o quente febril.
Quero desposa-los em sussurros.
Que traga o frescor de teu cheiro íntimo.
Que mostre teus dentes a sorrir para mim.
De ouvir de sua boca o desejar de mim, mesmo que nada dizes.
Deixe ao menos eles mentirem para os meus.
Eu os quero juntos aos meus olhos em lágrimas.
Desejo ouvi-los ao pé do ouvido em arrepios
Queria seus lábios molhados, mordendo os meus.
Se preciso for, eu grito para que ouças essa minha dor.
Morda-me, mas não me acorde.