Cronicando: Meu Sinhô
Robledo Carlos (de Divinópolis)
Diagramador 2
Oh meu Sinhô...oh meu Sinhô...
minha tarefa acabou...
minha tarefa acabou...
já cortei todos feixe de cana
trezentos e cinquenta que o Sinhô mandô
minhas costa dói muito
e os calos arde com o suó
Oh meu Sinhô...oh meu Sinhô...
mInha tarefa acabou...
minha tarefa acabou...
já queimei o mato do café
noventa balaios coloquei nas mula
meu lombo arde do sol e da chibata
Oh meu Sinhô...oh meu Sinhô...
mInhas costa tá com bicho que a varejeira deixô
foi no risco da chitata que os bicho brotô
eu tava amarrado no tronco
num dava pra elas espantá
me faça a caridade de uma creolina podê jogá
Oh meu Sinhô...oh meu Sinhô...
minha tarefa acabou...
minha tarefa acabou...
já colhi todo algodão que feitor mandô catá
até meu fio pequeno me ajudou a pegá
Oh meu Sinhô...oh meu Sinhô...
minha lavorinha eu colhi
foi coisa poca, dividi com o Sinhô
ele ficou com noventa saca e eu com dez
fiquei devendo a querosene e mais 30 réis
Oh meu Sinhô...oh meu Sinhô...
já tô velho e beiro à morte
nas suas terra, a minha honra e meu suó
mas meu fio há de livrar
quem sabe até ser dotô
Ou tarvez um professô.
Oh meu Sinhô... oh meu Sinhô...
de vancê num quero nada
vou deixar sua consciência
bem aos poucos te matá.
