Cronicando: Narciso e a lua
Robledo Carlos (de Divinópolis)

Tudo o que era sentido
no breu que se me fazia
e pouco se me importava
toda a beleza vazia
Onde foi que eu me perdi
caminhei pelas estrelas
por desertos e montanhas
em mansões e nas favelas
Então a lua me chama
sentindo a minha falta
e sorrindo ousou dizer
queria a minha volta
Lance os olhos em mim
grita a lua a Narciso
Eco já não vive mais
de teus olhos preciso
Narciso então se mostra
no espelho d’água, lua
e flerta feliz em prata
na água imagem, sua.
Destruindo a imagem
da lágrima no reflexo
ofuscando miragem
e de tristeza padeço
já fraco e sem coragem
a lua cheia vazia