Cronicando: Roda dos Expostos
Robledo Carlos (de Divinópolis)

No último balanço entregue num manto
enjeitado em vergonha, na fome o bastardo
girando na madeira ouvindo seu pranto
em lágrimas contidas na entrega do fardo
E em meio giro somente
ainda diante da roda fitou
a ouvir derradeiro o choro que alente
o mais sublime amor que deixou
Um pouco de sorte, do outro lado talvez
que tenha fartura, agasalho e a brandura,
pra esse coração que esse mal te fez
Volta então sem partes, esfacelado
grita o choro em íntimo profundo
carregado em peso, os pecados do mundo