Cronicando: Solilóquio
Robledo Carlos (de Divinópolis)
Diagramador 2
Caminho às vezes despercebido em diálogos!
Quase sempre em ventanias a empurrar-me em outras paragens!
Sigo os meus pés que insistem em levar-me.
Falante, errante ao vento!
Nem sei onde querem que eu vá.
Ei… Tu está aqui?
Talvez eles só sigam pegadas, as profundas de pesos que nem vi.
Pés cansados de pisadas em pedras e espinhos.
Há caminhadas sob a relva.
Nem se cansam, insistem na jornada a arrastar-me.
Em razão do viver a caminhar só.
Leve minha cabeça mas deixe meus pensamentos, decerto morrerei sem tê-los, são muitos eus dentro de mim.
Ei… Tu vens comigo?
É ao mesmo tempo, doce e perturbador, as ausências, os silêncios, as mortes, as conquistas e as flores.
Às vezes eu choro, em outras ao acaso, rio de mim mesmo.
Nem sombras, nem desertos meus pés se acostumaram. Na chuva alegraram-se, deixam agora pisadas de quando criança, são passos de alegria.
Rastros de felicidades.
Nas noites se sentem casados sob o luar, temem a escuridão.
Estás comigo?
Sigo meus pés em avanços, felizes por me levarem… estamos vivos! Dizem eles!
Tem mais pegadas junto às minhas, fico mais confiante, até cantarolo “Tão Grande és Tu”.
É uma caminhada gostosa, posso afirmar, percebo e sinto.
E Ele está rindo de mim, a responder-me com brisas.
