De mãos dadas, todo mundo no fundo

As notícias de que o ruim pode piorar são desnecessárias, todo mundo sabe que a coisa pode degringolar se alguma coisa não for feita. Dito isso, é torcer para que as coisas inevitáveis não dêem as caras justamente quando as coisas evitáveis estiverem cobrando responsabilidades.
Foi notícia no “Perga” nesta semana que a Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência da República publicou a atualização dos critérios e indicadores para a identificação dos municípios mais suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, enxurradas e inundações para serem priorizados nas ações da União em gestão de risco e de desastres naturais.
O minucioso trabalho tem uma Planilha Base que consolidou inúmeras informações, contendo os dados históricos de desastres das últimas décadas, mapeamentos atuais e informações do Censo 2022. Detalhe extremamente preocupante: Formiga é destaque com 2.396 pessoas vivendo em áreas mapeadas ao risco geo-hidrológico de deslizamento, enxurrada e inundação.
Ao que se percebe, para o inverno de 2024 que já vai dourando os fins de tarde, a vida deve ser tranquila com relação à questão de chuvas torrenciais. Normalmente, das festas juninas aos setembros da vida, há estiagem ou chuvinhas minguadas, nada de Mata-Cavalo e Formiga urranco valentes no Centro da Cidade. Porém, passados os períodos de fogueiras, sãos joãos e setes de setembros, há de se atentar no que pode pintar no cenário quando o fim do ano der de cara com o verão chuvoso.
Um balanço divulgado nesta semana pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul mostra que já havia passado de 160 o número de mortes em razão dos temporais e cheias desde 29 de abril. Mais de 89 pessoas ainda estavam desaparecidas e 2.339.508 pessoas haviam sido afetadas em 464 municípios. Mais 654,1 mil pessoas ainda estão fora de suas casas. Desse total, 72.561 estão em abrigos e 581.633 desalojadas, ou seja, hospedadas nas casas de familiares ou amigos.
O que se espera é que nada demais possa acontecer por estas bandas, o problema é que os gaúchos acreditavam que nada aconteceria por lá também.