Estado de emergência: Formiga tem 409 notificações de dengue em 6 dias

Boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira, dia 21, revela ainda que há seis casos confirmados da doença

Estado de emergência: Formiga tem 409 notificações de dengue em 6 dias
A Prefeitura divulgou que irá intensificar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti - Foto: Pixabay/Reprodução




A situação da dengue já está assustando Formiga, que desde o dia 17 de fevereiro está em estado de emergência pelo “alto índice” de infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor das arboviroses (dengue, chikungunya e zika). Em 6 dias (9 a 15 de março), a cidade registrou 409 notificações dessas doenças, cujos sintomas são dor no corpo e atrás dos olhos, manchas na pele e náusea. 

Os números estão em um boletim epidemiológico divulgado no final da tarde dessa quinta-feira, dia 20, pela Prefeitura. Segundo ele, 9 casos de arboviroses estão confirmados, sendo 6 de dengue, 1 de chikungunya e 2 de coinfecção (dengue + chikungunya). “As localidades afetadas com os casos são os bairros Santa Tereza, Geraldo Veloso, São Luiz, Vila Didi, Alvorada, Santo Antônio, Jardim Primavera e Mangabeiros, além da Vendinha (zona rural). Apesar do alto número de notificações, a taxa de casos confirmados é baixa (2,2%). Ainda não há identificação do sorotipo da dengue em circulação no município. Em Minas, há a circulação crescente do sorotipo DENV-3. Formiga se mantém no nível 2 de alerta para dengue”, informa o boletim.

Até o dia 17 de fevereiro, a Prefeitura havia divulgado que Formiga estava com 155 notificações de arboviroses, sendo 4 casos confirmados de dengue e 1 de chikungunya. Diante dos números e do “alto índice” de infestação do mosquito transmissor, foi decretada situação de emergência na cidade. 

Situação de Emergência

O decreto municipal de nº 10.670 foi assinado no dia 17 de fevereiro pelo prefeito Coronel Laércio/PL e divulgado no dia 20 de fevereiro pelo secretário municipal de Saúde, Wender de Oliveira. A medida, que tem um prazo de validade de 180 dias, a contar da data de sua publicação, cita o decreto federal nº 10.593/2020, que define que situação de emergência ocorre diante de situações anormais que exigem medidas excepcionais de resposta, podendo ser interpretado para riscos epidemiológicos iminentes, e também a Portaria GM/MS nº 1.172/2004, que estabelece a importância dos índices epidemiológicos como indicadores de risco para resposta emergencial. “O resultado do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado em janeiro de 2025, apontou um Índice de Infestação Predial (IIP) de 8%, caracterizando risco alto/epidêmico de surto de doenças transmitidas pelo mosquito, e que o índice ultrapassa o limite de 1% ou 4% preconizado pelo Ministério da Saúde, indicando necessidade de medidas emergenciais para controle vetorial e redução do impacto epidemiológico sobre a população”, destaca o decreto.

No LIRAa, 1.761 imóveis foram visitados e 89% dos focos do mosquito transmissor foram encontrados dentro das residências. A Prefeitura destaca que um novo levantamento será realizado entre os dias 24 e 28 de março para reavaliar as ações.

Segundo o decreto, a proliferação do mosquito está diretamente relacionada ao acúmulo de água parada em recipientes descartáveis, entulhos e demais materiais acumulados em áreas públicas e privadas. Com o decreto de situação de emergência, o Município fica autorizado a realizar contratações de pessoal em caso de surto de dengue. 

Ações de combate

De acordo com o boletim epidemiológico, do dia 1º de janeiro ao dia 15 de março, 37.951 imóveis foram visitados durante ações de combate ao Aedes aegypti. “A aplicação de larvicida teve uma redução de 2,3%, passando de 15% para 13,7%. Os imóveis encontrados fechados durante as visitas correspondem a 21%. As principais medidas adotadas nas ações foram eliminação de criadouros do mosquito; aplicação de larvicida e inseticida; mutirões de limpeza em áreas críticas e pulverização em locais com maior infestação”, completou.

A Prefeitura divulgou que as próximas medidas a serem tomadas serão de intensificação das ações de combate ao mosquito transmissor. “Campanhas de conscientização e mutirões de limpeza; vistorias e fiscalização de terrenos baldios e locais de risco e monitoramento contínuo dos casos e ações estratégicas. As reuniões do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COEs-Dengue e outras Arboviroses) ocorrem toda quarta-feira, das 9 às 11 horas. 

A Prefeitura pede a colaboração da população no combate à dengue e informa que denúncias de áreas sujas e demais assuntos referentes à doença podem ser enviadas pelo e-mail: dengue.fo rmiga@gmail.com.