Feliz ano novo!

Passou o Carnaval, chegou a Quaresma e com ela a Campanha da Fraternidade e 2025. Como Deus e todo mundo sabe, no Brasil, o ano só começa depois do “Chora cavaco!”. Desde o “Feliz ano novo, adeus ano velho” até o “Olha a Beija -flor aí, geeente!”, a vida é sem grandes evoluções, faltam harmonia, alegorias e adereços.
De quatro em quatro anos, logo quando iniciam-se novas administrações, há a expectativa de que está na hora de esquentar os tamborins, mas é nítido que assim que a coisa anda há um recuo e o sujeito dá uma de mestre-sala, se ajeita no sofá e fica esperando as cinzas. Não há comissão de frente que faça frente ao enredo que está na concentração esperando a ocasião propícia para tirar a fantasia para desfilar e enfrentar a vida na avenida.
A ideia de todo administrador do grupo principal é de que, quando ele tiver de rodar a baiana, ele vai fazer isso com a maior tranquilidade, sem torcida contra, só que não é bem assim. Sempre há um desafinado tocando o bumbo fora do ritmo e deixando aqueles buracos infinitos entre as alas.
A partir de segunda-feira já vai ser 2025. O momento será de limpar os confetes, as serpentinas e os glitters, levar o que restou de estandartes para os barracões e ver o que se aproveita de ideia para daqui pra frente.
Durante a Quaresma é que a coisa começa a andar no Brasil. É sempre assim, quem foi rebaixado para o segundo grupo se acalma. O antigo medo de assombração e lobisomem que rondava a noite dos fiéis e, principalmente, dos infiéis é coisa de meados dos tempos passados. Ninguém tem mais medo de zumbis, isso acabou, agora se treme é dos vivos e, principalmente, dos mais vivos.
E feliz ano novo!
É agora ou já!