Formiga e o papa morto

Uma matéria secundária, que foi publicada na quarta-feira desta semana e era para ser apenas um registro triste da doença mental (pela qual passa a sociedade), passou a ser o grande comentário nas rodas e redes sociais de Formiga. O jornal revelou que foi procurado por uma pessoa que contou que seu irmão (os dois são empresários católicos) promoveu confraternização com direito a brinde quando saiu a notícia da morte do Papa Francisco.
Inacreditavelmente, queria que o jornal publicasse o nome da família como forma de expor os foliões, o que, logicamente, a redação não permitiu. Pela relevância e inusitalidade do ocorrido, o registro aconteceu preservando nomes. Assim que tudo ganhou o site do jornal, foram centenas de comentários, a matéria repercutiu em outros veículos de comunicação e muita gente andou doida para saber quem era quem. Teve comentários de todos os sabores e perfumes, a maioria considerou um absurdo, mas houve quem se dissesse ateu e que não estaria nem aí, e até alegações de que era menos um comunista no mundo.
Papa Francisco realmente foi diferente, foi ele quem disse que “partilha não é comunismo, é cristianismo puro, é evangelho puro”. São suas as afirmativas: “Com Deus a vida nunca morre”; “Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”; “Igreja deve pedir perdão aos gays, mulheres e pobres”; “A doença do desinteresse nos jovens é mais perigosa do que um câncer,”, “Mulheres trans são filhas de Deus”; “Nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados”; “Católicos não precisam se reproduzir como coelhos”; “É uma questão de transformar a economia que mata em uma economia de vida”; “O dinheiro deve servir, não governar’; “Dói ver um padre ou uma freira com um carro de último modelo”... “Peço-lhes, como irmão, que permaneçam na paz”.
Um leitor atento selecionou as frases, mandou e disse que por elas dá para se descobrir facilmente quem é em Formiga que, esfuziosamente, comemorou a morte do Santo Padre Francisco. Esses fanáticos radicais existem, sempre existiram e a morte do pontífice foi apenas uma desculpa para poderem se extravasar.