Formiga orgulhosa

Vira e mexe, “O Pergaminho” dá como matéria de capa uma notícia que enche a cidade de orgulho de seus filhos. Desta vez, a personagem foi Camila Rodrigues Moreira Cruz, de 42 anos, que tomará posse no dia 16 de abril como diretora da Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Ela foi eleita para o cargo no dia 11 de dezembro do ano passado. Filha de Pio Moreira Pinto, ex-funcionário do Bazar Guri, e de Margarete Rodrigues Moreira, ela tem um currículo de impressionar.
Camila está finalizando o seu pós-doutorado em desenho na USP. Artista visual, ela é doutora e mestre em artes plásticas pela Université de Paris – Panthéon Sorbonne – França. É professora do Departamento de Desenho e do Programa de Mestrado Profissional da Escola de Belas Artes da UFMG. É fundadora e coordenadora do Núcleo de Estudos e Ensino em Desenho Contemporâneo (NEDEC/UFMG), pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Pintura e Ensino (NUPPE/UFU) e pesquisadora da cor no Grupo de Pesquisas Cromáticas ECA/USP. Nasceu e morou no Engenho de Serra. Foi aluna do ateliê de pintura da professora Maria José Boaventura.
Será a segunda vez que uma pessoa de Formiga estará à frente de uma das mais importantes e conceituadas escolas de arte do Brasil. Ex-aluno do Grupo Escola Pio XII, o hoje professor Luiz Antônio Cruz Souza já ocupou o cargo na instituição. Saiu de Formiga em 1981 para estudar química na UFMG. Fez mestrado ligado à restauração de obras de arte com a parte prática no Institut Royal du Patrimoine Artistique em Bruxelas, na Bélgica, e doutorado na mesma área com trabalho experimental junto ao Getty Conservation Institute, em Los Angeles, USA. Seu primeiro pós-doutorado teve prática e orientação na Itália. O segundo, em Évora, Portugal, e em Los Angeles, nos Estados Unidos. Trabalhou com pesquisadores europeus e norte-americanos de renome em diversos países entre América do Sul, Europa e América do Norte. Detalhe super importante: a vida inteira, foi morador da Rua Nova.
Imagine você, caro leitor, Formiga é a cidade onde nasceu o escritor e crítico literário Silviano Santiago, vencedor do prêmio Camões 2022, o mais importante da língua portuguesa, e é onde morou a poeta Adélia Prado, que tem dois filhos nascidos na cidade, prêmio Camões 2024. Agora, a Cidade das Areias Brancas se dá ao luxo de ver na galeria dos maiores do Brasil os geniais Camila Rodrigues Moreira Cruz e Luiz Antônio Cruz Souza.
É orgulho demais para uma cidade só.