Formiguense assassinada na Irlanda é sepultada no Santíssimo

Com muita comoção de familiares e da comunidade formiguense, a jovem Bruna Palhares Fonseca, de 28 anos, assassinada no primeiro dia de 2023, na Irlanda, foi sepultada nesta segunda-feira, dia 16 de janeiro, às 17 horas, no Cemitério do Santíssimo. O corpo dela chegou na noite de domingo, dia 15, em Formiga e foi velado, a partir das 23 horas, na Funerária Aliança, no Quinzinho.

Familiares da formiguense embarcaram no início da semana passada para Cork, na Irlanda, para buscar a jovem. Para trazer o corpo de Bruna para Formiga, eles fizeram uma campanha pelas redes sociais e as doações foram em Euros pelo GoFundMe. No total, a conta recebeu '€' 30.073,00, o equivalente a R$ 172.967,49, valor necessário para o traslado. Toda essa arrecadação ocorreu em pouco tempo, cerca de 5 horas no dia 3 de janeiro.

A vinda do corpo até a cidade foi feita pela Prefeitura Municipal, que providenciou o transporte de Bruna do Aeroporto Internacional de Guarulhos-SP até Formiga.

O crime

Bruna, que era bibliotecária graduada pelo Unifor-MG, vivia desde setembro do ano passado em Cork, onde trabalhava para uma empresa de limpeza. Ela foi encontrada morta, após ser espancada e estrangulada, em um apartamento na Liberty Street, na região central da cidade. O formiguense M.P., de 29 anos e ex-namorado da jovem, é o principal suspeito do crime. Ele viajou para a Irlanda em novembro e está sob custódia das autoridades irlandesas. Ele já participou de duas audiências, uma no dia 2 e outra no dia 9, sem dar declarações sobre o crime. A pena para homicídio na Irlanda pode chegar à prisão perpétua.

De acordo com o portal “G1”, o último contato de Bruna com a família ocorreu nas primeiras horas de 2023. Ela fez uma chamada de vídeo e conversou com a irmã Izabel Fonseca e outros parentes. “Estamos vivendo um luto sem ser luto, sem saber, sem acreditar. Estamos vivendo um pesadelo. Ainda não caiu a ficha, porque não temos ela aqui", afirmou a irmã.

Segundo o site de notícias “Metrópoles”, familiares contaram que Bruna viajou para a Irlanda para ajudar a mãe com as contas de casa. “Elas tinham uma conexão sem igual. Lá da Irlanda, a Bruna pedia sanduíche em aplicativo para chegar à casa da minha mãe [em Formiga], para se ter uma ideia. O sonho dela era dar uma vida melhor para a nossa mãe”, contou Fernanda Fonseca, também irmã da formiguense.

A irmã contou ainda que Bruna trabalhou como auxiliar administrativa em Formiga para conseguir o dinheiro da viagem ao país europeu. Aos fins de semana, ela aproveitava para fazer “bicos” como garçonete em festas da cidade.

Ainda conforme divulgou o “Metrópoles”, antes de partir para a Europa, Bruna morou em Franca, no interior de São Paulo. “Ele [o namorado] se mostrava uma pessoa tranquila [...]. A única coisa que sabíamos era que ele era muito ciumento. Sempre pareceu muito menino, e a Bruna estava em outra fase da vida, visando coisas maiores”, comentou Fernanda.

Informações contam que pouco antes de viajar para a Irlanda, a jovem terminou com o namorado. Em solo europeu, o casal tentou reatar, mas Bruna terminou o namoro novamente. “Ele não se adaptou bem à Irlanda, não gostava do clima e não conseguiu se ajustar ao mercado de trabalho de lá. Minha irmã nunca deixou de gostar dele, mas decidiu encerrar o relacionamento como amigos, porque não tinham mais como seguir juntos”, relatou a irmã ao “Metrópoles”.

O portal conta que os familiares não tinham conhecimento de outros detalhes da vida de Bruna depois do término.

Homenagens

Homenagens à formiguense foram feitas no dia 8 de janeiro, tanto em Formiga quanto em Cork, na Irlanda. Em Formiga, familiares e amigos da jovem se reuniram no Mirante do Cristo para orações, canções e saudações à memória de Bruna. Em Cork, brasileiros e europeus se reuniram em um parque para uma vigília.

Investigação

As investigações da morte de Bruna continuam em Cork. A polícia irlandesa, Garda Síochána, após conferir as câmeras de segurança próximo ao local do assassinato e nas áreas vizinhas, afirmou que pode haver pessoas que passaram próximo à cena do crime com quem ainda não conversaram e que podem ter informações que possam ajuda-los na investigação. Os policiais disseram que querem particularmente falar com duas mulheres que estavam na área duas horas antes da Bruna ser encontrada pela Garda às 6h30 no dia do ano novo já sem vida.