Há 4 anos, morria formiguense na tragédia de Brumadinho
Tiago Augusto Favarini era engenheiro da Vale e seu último contato com a família foi antes de almoçar no refeitório da empresa, um dos locais atingidos pela lama

A tragédia de Brumadinho, que abalou o Brasil e matou 272 pessoas, uma delas o formiguense Tiago Augusto Favarini, de 33 anos, completou 4 anos nesta quarta-feira, dia 25. O rompimento da barragem de rejeitos da Vale no Córrego do Feijão na cidade mineira foi um dos maiores desastres ocorridos na história do país.
O formigunense era engenheiro da Vale e seu último contato com a família foi antes de almoçar no refeitório da empresa, um dos locais atingidos pela lama. Ele trabalhava em uma unidade da mineradora, que fica na cidade de Ouro Branco/MG, porém, no dia do desastre, estava em Brumadinho, local onde ia todas as sextas-feiras.
O corpo de Tiago foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros uma semana depois da ocorrência da tragédia e, sem velório, foi sepultado em Formiga.
Justiça
Passados quatro anos da tragédia, a Justiça ainda não levou os possíveis responsáveis pela tragédia a julgamento. O processo ficou parado durante boa parte do ano de 2022 devido a um imbróglio que terminou com a anulação da denúncia feita pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) em 2020.
Conforme divulgou o portal “R7”, a medida foi tomada após o STF (Supremo Tribunal Federal) entender que o processo deve correr na Justiça Federal, por haver indícios de crimes federais — falsificação de documento. A decisão atende pedido de Fábio Schvartsman, ex-presidente da Vale, e de Felipe Figueiredo Rocha, engenheiro da mineradora, que entraram na lista de réus.
Às vésperas de o rompimento completar quatro anos e acontecer a prescrição dos crimes ambientais, o MPF (Ministério Público Federal) encaminhou, na segunda-feira, dia 23 de janeiro, a denúncia do MPMG à Justiça Federal. O processo foi recebido na 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte.
Com o procedimento, a Vale, a empresa de consultoria alemã Tüv Süd, Schvartsman e as outras 15 pessoas já denunciadas voltaram a ser réus no processo.
A ação pede a condenação dos 16 acusados por homicídio qualificado contra as 272 vítimas, além de crimes contra a fauna, flora e de poluição. Já as duas empresas vão responder pelos crimes ambientais.
Apesar de o caso ainda não ter sido julgado, a Vale afirma que vem implantando medidas de reparação às vítimas, familiares e áreas atingidas. Segundo a companhia, 13,5 mil pessoas impactadas fecharam acordos de indenização com a empresa, sob supervisão dos órgãos públicos.
Buscas continuam
Ainda há três vítimas desaparecidas na tragédia de Brumadinho. Desde que o desastre aconteceu, em 2019, militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais trabalham incansavelmente na busca por essas pessoas.
A Polícia Civil de Minas Gerais também faz parte do esforço coordenado para as ações em Brumadinho, tanto na solução das causas do rompimento e responsabilização pelo fato, como também na identificação das vítimas. Até o momento, 267 já foram identificadas.
Repórter formiguense foi um dos primeiros a chegar em Brumadinho
O formiguense Marcelo Silveira, juntamente com a equipe de reportagem da “TV Band”, foi um dos primeiros repórteres a chegar em Brumadinho após o desastre. “Cenas tristes e extremamente lamentáveis”, comentou o formiguense na época, nas redes sociais.
Marcelo acompanhou o resgate de uma mulher feito pelo Corpo de Bombeiros e entrevistou familiares de vítimas não encontradas. “Estes últimos dias têm sido intensos, de trabalho e de muita angústia. Que Deus console as famílias que perderam parentes e dê esperança aos que ainda buscam por sobreviventes”, escreveu Marcelo, também nas redes sociais.
Marcelo nos primeiros momentos de sua chegada a Brumadinho