Inflação em Formiga cai 0,35% em três meses
De 0,80% registrada em março, a alta dos preços de bens e serviços foi para 0,45% em maio

A inflação em Formiga caiu consideravelmente em três meses deste ano. De 0,80% registrada em março, ela foi para 0,45% em maio, uma diferença de 0,35%. A alta dos preços de bens e serviços na cidade é medida pelo IPC-FGA (Índice de Preços ao Consumidor de Formiga), que é resultado de um projeto de iniciação científica implantado em agosto de 2022 no Unifor-MG.
Mensalmente, entre os dias 19 e 21, a instituição divulga a variação de preços no município por meio de um boletim. A pesquisa, desenvolvida por Laís Milene Gomes Ribeiro, aluna do curso de Administração, é orientada pela professora Jussara Maria Silva Rodrigues Oliveira. De acordo com o Centro Universitário de Formiga, o IPC-FGA se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada, e é obtido a partir das fórmulas empregadas pelo IBGE no cálculo do IPCA, sendo os fatores de impacto (pesos) de cada item adaptados a partir de Belo Horizonte. O Unifor-MG informou que são coletados, entre os dias 5 e 15 de cada mês, os preços médios de 209 itens, divididos em 9 grupos, nos 4 estabelecimentos de maior relevância econômica da cidade.
A inflação
Segundo o boletim do IPC-FGA referente a maio, dos nove grupos pesquisados, sete apresentaram alta de preços. Os remédios foram os “vilões da inflação”, assim como ocorreu em abril. Eles fazem parte do grupo “Saúde e Cuidados Pessoais”, que registrou a maior alta (0,62%). Em seguida, o grupo “Artigos de Residência” foi responsável por 0,22%, inflado, principalmente, pelos aumentos dos preços de utensílios domésticos fabricados de plástico (PVC e PET), setor que sofreu com a volta da tributação para importação. O grupo “Despesas Pessoais” contribuiu com um aumento de 0,11% na inflação, o que se deve ao encarecimento da prestação de serviços de barbearia, cosméticos masculinos e serviços de recreação infantil. Apesar dos recuos sucessivos nos preços de vários combustíveis, o aumento das passagens de ônibus (principalmente interestaduais) e outras variáveis impactaram no grupo “Transportes”, o qual voltou a registrar alta (0,07%). Esse mesmo percentual foi observado para o grupo “Vestuário”, que foi impactado pelo aumento dos preços das roupas de inverno. O grupo “Comunicação” teve alta de 0,05% com os reajustes nos serviços de streaming. Por fim, o grupo “Educação” registrou uma alta discreta de 0,01%, o que se deve ao reestabelecimento dos preços (fim das promoções) de material escolar.
O boletim também traz a queda de preços. Apenas dois grupos registraram deflação: “Alimentação e Bebidas” (0,33%) e “Habitação” (0,29%).
No Brasil
Desde março, a inflação em Formiga se mantém mais alta do que a brasileira, conforme os dados divulgados pelos boletins mensais do IPC-FGA. Em março, a alta de preços na cidade foi de 0,80% contra 0,71% no país. Em abril, foi de 0,68% contra 0,61% e, em maio, foi de 0,45% contra 0,23%. O IPCA-Brasil é medido pelo IBGE no mesmo período avaliado pela pesquisa do Unifor-MG.
De acordo com o boletim do IPC-FGA, por mais que a inflação em Formiga esteja maior do que a do Brasil, existe uma redução dos preços no âmbito municipal, embora seja mais lenta que no cenário nacional. “Analisando-se isoladamente os percentuais do mês de maio, observa-se que Formiga registrou uma inflação 86,98% maior que a média nacional (0,45% do IPC-FGA frente a 0,23% do IPCA-Brasil). A menor oferta de produtos e serviços de domínio municipal contribui, expressivamente, para essa grande oscilação, além da impossibilidade de controle de preços das commodities. Contudo, não deixa de ser um alerta para os produtores, comerciantes e prestadores de serviço para os valores dos preços praticados localmente, situando-os à realidade nacional, de modo a evitar a perda de competitividade para outros”, ressalta o boletim.