Inflação em Formiga cai a 0,13% em junho

Queda da alta dos preços de bens e serviços na Cidade das Areias Brancas vem sendo registrada desde março deste ano

Inflação em Formiga cai a 0,13% em junho
Os remédios continuam sendo os ‘vilões da inflação’ em Formiga, assim como ocorreu em abril e maio, devido a um forte aumento no preço de antrigripais, antitérmicos e anti-inflamatórios - Foto: Reprodução/UOL




A inflação em Formiga vem, desde março deste ano (quando chegou a 0,80%), caindo aos poucos. Porém, em junho, a queda foi consideravelmente maior. Ela chegou a 0,13%.

Fazendo uma comparação mais próxima de datas, a queda da inflação foi também relevante em 30 dias. De 0,45% registrada em maio, ela foi para 0,13% em junho, resultando uma diferença de 0,32.

A alta dos preços de bens e serviços na Cidade das Areias Brancas é medida pelo IPC-FGA (Índice de Preços ao Consumidor de Formiga), que é resultado de um projeto de iniciação científica implantado em agosto de 2022 no Unifor-MG. Mensalmente, entre os dias 19 e 21, a instituição divulga a variação de preços no município por meio de um boletim.

A pesquisa, desenvolvida por Laís Milene Gomes Ribeiro, aluna do curso de Administração, é orientada pela professora Jussara Maria Silva Rodrigues Oliveira. De acordo com o Centro Universitário de Formiga, o IPC-FGA se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada, e é obtido a partir das fórmulas empregadas pelo IBGE no cálculo do IPCA, sendo os fatores de impacto (pesos) de cada item adaptados a partir de Belo Horizonte. O Unifor-MG informou que são coletados, entre os dias 05 e 15 de cada mês, os preços médios de 209 itens, divididos em 9 grupos, nos 4 estabelecimentos de maior relevância econômica da cidade.

 

A inflação

Segundo o boletim do IPC-FGA referente a junho, dos nove grupos pesquisados, apenas quatro apresentaram alta de preços. Os remédios continuam sendo os “vilões da inflação”, assim como ocorreu em abril e maio. Eles fazem parte do grupo “Saúde e Cuidados Pessoais”, que registrou a maior alta (0,51%), o que se deve a um forte aumento no preço dos antrigripais, antitérmicos e anti-inflamatórios. Em seguida, vem o grupo “Vestuário” (0,16%), que segue a mesma tendência inflacionária, alimentado pela alta dos preços dos agasalhos infantis e calçados femininos, como botas de couro e similares. O grupo “Despesas Pessoais” manteve o mesmo percentual registrado no mês anterior, ou seja, 0,11% na inflação, fruto do reajuste das tarifas de diárias de hotéis, motéis e pensões. Fechando o grupo inflacionário, “Artigos de Residência” somou 0,08% na inflação, ainda como resposta ao repasse dos preços dos utensílios domésticos fabricados de plástico (PVC e PET), impactado pela reoneração tributária iniciada em abril.

O boletim também traz a queda de preços. Cinco grupos registraram deflação: “Alimentação e Bebidas” (0,38%); “Habitação” (0,28%); “Transportes” (0,04%); Educação (0,04%) e “Comunicação” (0,01%).

 

No Brasil

Desde março, a inflação em Formiga se mantém mais alta do que a brasileira, conforme os dados divulgados pelos boletins mensais do IPC-FGA. No entanto, em junho, ao contrário da cidade e pela primeira vez no ano, o país apresentou deflação de 0,08%. O IPCA-Brasil é medido pelo IBGE no mesmo período avaliado pela pesquisa do Unifor-MG.

De acordo com o boletim do IPC-FGA, Formiga segue acompanhando a tendência de queda da inflação, embora ainda registre valores positivos muito mais expressivos em determinados grupos, como no caso dos remédios, que possuem um forte fator de impacto na variação dos preços. “A queda do IPCA-Brasil de maio para junho foi de 134,8% (inflação de 0,23% ante deflação de 0,08%) ao passo que a redução do IPC-FGA, no mesmo período, foi de 71,1% (inflação 0,45 ante inflação 0,13%). A manutenção de taxas inflacionárias acima da média nacional pode, ao longo de um período de tempo maior, reduzir a competitividade do município frente a outros, iniciando-se um ‘círculo vicioso’, onde os preços maiores decorrem de menores vendas, que por sua vez, estimula a elevação dos preços para incrementar a margem lucrativa, numa retroalimentação que pode ser prejudicial à economia local. Contudo, há de se considerar que, em um passado recente, a cidade registrou reajustes de preços locais inferiores à média nacional”, ressalta o boletim.