MPMG pede, na Justiça, que Setovi Mineração repare danos ambientais gerados por mina desativada em Catas Altas

MPMG pede, na Justiça, que Setovi Mineração repare danos ambientais gerados por mina desativada em Catas Altas




Ministério Público Estadual também requer indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 500 mil

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça Única de Santa Bárbara, propôs, nesta quarta-feira, 9 de agosto, Ação Civil Pública (ACP) com pedido de tutela de urgência para requerer que a Setovi Mineração S/A repare danos ambientais causados por mina desativada na zona rural do município de Catas Altas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Além dos danos ambientais, o MPMG requer indenização por danos morais coletivos no valor mínimo de R$ 500 mil.

Entre os pedidos do MPMG para a reparação ambiental está a apresentação, no prazo de 60 dias, de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad), que contemple estabilização de taludes, desassoreamento de corpo hídrico e reflorestamento da área; e do Plano Ambiental de Fechamento de Mina (Pafem).

Os planos, ambos com cronogramas de execução e elaborados por profissionais com Anotação de Responsabilidade Técnica (Art), devem estar em conformidade com Termo de Referência do órgão ambiental estadual, contemplando os requisitos mínimos de diversas deliberações e normas.

A Setovi também deve executar os planos, nos prazos previstos, observando modificações determinadas pelo órgão competente, até recuperação total do meio ambiente. Em caso de descumprimento, o Ministério Público requer imposição de multa diária de R$ 1 mil, no mínimo.

Se constatada a impossibilidade técnica de recuperação por meio das obrigações contidas na ACP, o MPMG pede que a reparação seja feita por meio de indenização.

Danos

De acordo com a petição inicial, a atividade mineraria no local, imóvel conhecido como "Machados", está paralisada há mais de 10 anos, mas, segundo o MPMG, não houve cumprimento das obrigações pelo fechamento de Mina, previstas na Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental de 2018.

A ACP destaca que laudos e relatórios técnicos apontam que a área do processo minerário está degradada, que há recuperação ambiental a ser feita na antiga Mina a céu aberto e em áreas de beneficiamento e estoque de minério.

Além disso, esses documentos revelam que o passivo ambiental existente na mina abandonada foi potencializado pelas chuvas ocorridas no início de 2022, provocando instabilidade de taludes, deslizamento de terra e carreamento de material da mineração ao leito do Rio Maquiné, deslizamento de material para a estrada que dá acesso à Cachoeira Maquiné e ao Mirante, risco de desmoronamento da estrutura rochosa em área utilizada por banhistas e frequentadores da cachoeira. Também há processos erosivos em estágio avançado, ausência de drenagem em alguns locais, assoreamento, entre outros danos.

Fonte: Ministério Publico MG