Na rota do dilúvio

Um importante e conhecido leitor do “Perga” enviou mensagem dizendo que o jornal não deveria mais fazer matéria sobre a previsão do tempo para Formiga. Era pra colocar assim: Vai chover, e muito! Não vai parar tão cedo.
De fato, não está muito difícil de imaginar como o céu vai amanhecer e passar o dia. É um solzinho chinfrim de meia hora e água e mais água o resto do tempo. Quem nasceu na Maternidade Santa Mônica há um mês deve estar doido para conhecer umas tais estrelas e uma lua redonda que os pais sempre falam, dizem que elas acontecem à noite.
Quando se comenta na grande imprensa sobre as mudanças climáticas pelas quais o planeta está passando, sempre aparece alguém negando a ciência, dizendo que é fake news e que as reclamações não passam de mimimi. Só que a realidade está assustando.
Em conversa com qualquer pessoa das antigas, jovens e estudantes saberão que usar roupas de frio em janeiro é coisa que nunca foi vista. Passado o Natal, existia um fenômeno que era chamado de veranico. Era de uma a duas semanas sem chuva com um sol que a princípio vinha fraco e aos poucos ia se impondo e fazendo com que todo mundo lembrasse que o auge do verão estava no auge.
Quem vê as constantes chuvas que tomam os céus de Formiga vai acabar achando que a cidade está na rota do dilúvio. Chove praticamente todo dia, o que deixa o solo encharcado e propício a enxurradas e transbordamento de rios caso venha um pé d’água com ventanias de envergar as árvores da praça da Matriz.
A Defesa Civil do município está a postos, antenada e preocupada, muito preocupada. Há barrancos propícios a desabamentos, há sacos de lixo jogados nas esquinas e latinhas e copos de plástico em diversas praças “aguando” para entupir bueiros.
O Batalhão do Corpo de Bombeiros dá mostras de sua eficiência e excelência todo dia e o Samu praticamente não desliga as sirenes. O negócio é cada cidadão dar exemplo de limpeza e higiene, não deixando existir acúmulos de entulhos em ruas e quintais, mantendo-se atento às informações e orientações.
Solidariedade é o que nunca faltou ao formiguense, todo mundo sabe, só que ela vem depois do problema. O momento é de prevenção. É preciso estar atento e forte para não ter de temer a morte.