Oito pessoas são presas durante operação realizada para apurar ligações clandestinas e fraudes de energia elétrica na RMBH

Os envolvidos poderão responder por roubo qualificado, já que a Cemig é uma empresa pública, e associação criminosa. Prejuízo é de aproximadamente R$ 530 milhões
Coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate Crime Organizado (Gaeco) e pela 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte, foi deflagrada, nesta quinta-feira, 17 de agosto, a Operação Bypass, que apura fraudes e furtos ligados ao fornecimento de energia elétrica. Oito pessoas foram presas durante o cumprimento dos 19 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça.
Os trabalhos estão sendo executados em conjunto com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que calcula um prejuízo de aproximadamente R$ 530 milhões.
Os envolvidos poderão responder por roubo qualificado, já que a Cemig é uma empresa pública, e associação criminosa.
Detalhes da operação foram revelados durante uma coletiva de imprensa realizada no final da manhã desta quinta-feira, na Unidade Combate ao Crime e à Corrupção (UCC), do MPMG. Participaram os promotores de Justiça Paula Ayres Lima (coordenadora do Gaeco), Peterson Queiroz de Paula, Daniel Piovanelli Ardisson; o capitão da PMMG, Cristiano Araújo; e o superintendente de relacionamento institucional da Cemig, Alexandre Ribeiro de Almeida.
A coordenadora do Gaeco disse que "a investigação foi iniciada por provocação da própria Cemig e das suas subcontratadas, que deram conhecimento das irregularidades ao MPMG. A questão do furto de energia elétrica afeta não só os cofres da própria Cemig, mas também traz prejuízo para a população. A operação e a própria investigação são importantes em razão da grande quantidade de furto de energia e também pelos valores envolvidos", destaca Paula Ayres.
De acordo com a PMMG, as oito pessoas presas estavam em suas respectivas residências. Os 19 mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar foram cumpridos em Belo Horizonte e nos municípios de Contagem, Betim, Ibirité, Vespasiano e Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Ainda segundo a PMMG, foram apreendidos mais de 200 medidores de energia, 1.648 lacres, um uniforme da Cemig, quatro celulares entre outros materiais.
Simultaneamente às buscas e apreensões criminais, a Cemig realiza também, no contexto da operação, fiscalização em diversos pontos em que há suspeita de irregularidades e furtos de energia elétrica.
Investigação
Usando técnicas especiais de investigação, as apurações empreendidas pelo Gaeco permitiram a constatação dos ilícitos investigados, tendo a Cemig, inclusive, em fase precedente, inspecionado outros 93 pontos em que havia suspeita de fraudes e irregularidades atreladas às apurações empreendidas, ocasião em que foram constatadas irregularidades em mais de 50% dos pontos fiscalizados.
As investigações tiveram início em 2021, quando a Cemig e subcontratadas solicitaram apurações à vista de informações de que alguns de seus colaboradores possivelmente praticavam fraudes e adulterações em medidores e selos, sob pagamento de usuários, para subtração de energia elétrica.
A operação contou com a participação de dois promotores de Justiça e 80 policiais militares.
Fonte: Ministério Publico MG