Opinião: Engenhosidade humana

Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho (de Passos/MG)

Opinião: Engenhosidade humana
Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho é advogado.




A cultura tem o poder de elevar o espírito e nos transportar para além das preocupações mundanas. Vai aqui um exemplo à altura da grandeza e espetáculo: a Torre Eiffel. Conhecida popularmente como a Dama de Ferro, em razão da matéria-prima dominante em sua composição, o monumento é patrimônio mundial da lista da Organização das Nações Unidas para a educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Um dos principais pontos turísticos de todo o mundo, seu nome é uma homenagem ao engenheiro francês Gustave Eiffel (1832-1927), artífice no projeto e construção, cuja construção foi motivada pelas comemorações do centenário da Revolução Francesa.

 Estar no topo da Torre Eiffel, símbolo da cidade de Paris, na França, na região de Marte, em meio à sua grandiosidade e ao panorama que ela oferece, é como se conectar com algo maior: uma junção da história, da arte e da engenhosidade humana.

Lá de cima, as questões cotidianas parecem tão pequenas e a alma encontra um espaço para se expandir, contemplar e se refrescar. É um convite a ver a vida por um ângulo mais amplo, mais elevado, onde a cultura e a beleza têm o poder de dignificar e inspirar.

 A Torre Eiffel, com sua imponência e delicadeza, nos ensina que a beleza pode transformar até os momentos mais simples em algo sublime. Sua estrutura, que combina força e leveza, é um lembrete de que a inspiração está em todos os lugares, basta enxergarmos além dos olhos, com o reconhecimento da alma.

Quando nos deixamos tocar por algo tão belo e encantador, passamos a descortinar o mundo com mais poesia e a magia da celebração, percebendo que a verdadeira beleza está tanto ao nosso redor quanto dentro de nós mesmos.

Construída inicialmente para o evento Exposição Universal, em 1889, em três compartimentos, ela foi mantida, qualificando-se como um forte símbolo cultural da França e um dos principais pontos turísticos de todo o mundo, com previsão de desmonte. Com os seus 330 metros de altura, ela é quase nove vezes maior do que o Cristo Redentor do Rio de Janeiro (38 metros). 

 E se ergue não apenas como um monumento de ferro e ação para a contemplação universal, mas como uma poesia em estrutura, onde a força bruta se curva à leveza do olhar. A Torre Eiffel é o paradoxo que toca o céu: firme como o chão que a sustenta, delicada como o sonho que a concebeu.

 E assim, a torre permanece, um poema de ferro, aço e horizonte, onde a ternura encontra a força e juntos valsam sob o véu da eternidade. Seu sussurro, leve como a brisa, ecoa pelos séculos, lembrando aos gigantes que a beleza é a única linguagem que nunca se perde.

Há algo de eterno na Torre Eiffel. Quando Gustave a ergueu para desafiar o céu, talvez não imaginasse que seu monumento se tornaria o farol de uma cidade que já brilhava antes mesmo da eletricidade. E o fascínio pela promessa de uma modernidade elegante se estabeleceu naquela que, ainda no século XVIII, seria a “Cidade Luz”.

Daí, mirar-se no belo e num sonoro francês, dizer a quem ama: “L’amour est dans l’air!”. Porque o amor positivamente está no ar.