Opinião: Malditos vizinhos
Anísio Cláudio Rios Fonseca (de Formiga/MG)

Conversando com algumas pessoas, entre elas alunos, perguntei qual seria o principal quesito a se observar para compra de um imóvel para moradia. Recebi respostas como: localização, tamanho, idade do imóvel, estado de conservação, claridade e por aí vai. Observei que tudo isso é muito importante, mas falei que, na minha opinião, o principal quesito chama-se vizinhança. Particularmente sou muito bem servido nesse item, mas conheço casos e casos e casos de matar qualquer um de raiva. Pessoas sem o menor senso de moral, cidadania e vergonha na cara colocam aparelhos de som na maior altura, possuem cachorros barulhentos e por aí vai. Como o pato Donald e o Silva, seu vizinho e eterno inimigo, muita gente boa por aí enfrenta batalhas diárias do mesmo tipo. Com o pretexto de não querer causar confusão, muita gente vai deixando esta turma insossa se apossar do sossego que é devido a todos que trabalham e estudam, bem como todos os outros. Ora, o meu conselho, caros leitores? Banquem os norte-americanos e façam valer seus direitos. A polícia está aí para isso, se necessário. Temos que tirar da nossa cultura essa subserviência dos tempos da ditadura e fazer valer as leis! Não adianta? Adianta sim! Se um só reclamar não der resultado, junte todos os outros reclamantes e o faça. Aqui em Formiga não podemos reclamar porque, sendo uma cidade onde todo mundo conhece todo mundo, o desfecho das coisas é facilitado. Não é admissível que gente incivilizada tire o sossego de quem trabalha, estuda, enfim, de quem gosta de sossego. Para quem gosta de ouvir estas porcarias de @#%@#$ %$#! de “modismos musicais” lá nas alturas, compre fones de ouvido e estoure os tímpanos lá nos infernos do raio que os partam, mas não encham o saco de ninguém! O cidadão honesto deve se manter informado, ter em mãos uma cópia da legislação sobre o assunto e, juntamente com outros vizinhos que são incomodados, acionar a justiça.
A sociedade ainda tem que aprender muito para viver bem, e claro que me incluo aí, porque não sou perfeito. É muito fácil assistir a TV e, vendo como as coisas funcionam no 1º mundo, dizemos: Que gente civilizada! Ora, se temos essa consciência de que eles são civilizados e admiramos isso, acho que podemos caminhar nessa direção usando um pouco de bom-senso, de amor ao próximo e de educação básica. Quanto aos vizinhos, bem, esses devem ser nossos aliados, e, para quem tem minha sorte, uma segunda família. Para quem não teve tanta sorte, bom, a justiça está aí para servir.