Opinião: Torre da Matriz
Robledo Carlos (de Divinópolis)

É uma torre, pequena, de telhas poucas e cruz em solidão.
É noite e dormimos só!
Quando a noite em mim, nem dormem os meus sonhos.
Hoje não tenho tormentas.
Reverbera interior de igreja, em gritos de silêncios noturnos.
Cheiro amadeirado e ecos que invadem a sacristia.
Dormem os tubos que cantam na eucaristia, ecoando em anjos.
As andorinhas dormem, agora,
corujas ao sino.
Quermesses, dor e fé, suporte daqueles que temem ao Senhor.
Guarda a chave em ferro fundido em mãos de sacristão fiel!
Em manhãs, as minha manhãs, sonho.
Ainda que estejas de portas fechadas, ainda contemplo.
Adoração e fé em noites de medo!
Agora um rei sem súditos sob o medo da noite.
Eu durmo em medos, Ele me acorda em abundância!