Paulo Luciano de Andrade

Paulo Luciano de Andrade




As férias escolares eram maiores. Uma turma de jovens e adultos em aventuras diárias na cachoeira onde o Saae coletava água. Caminhada emocionante por dentro da mata passando por grotas e cavas enormes, sempre saboreando frutas vindas como presente da natureza: jambo, ameixa, manga, ingá, gabiroba…

                Nascido em 4 de junho de 1972, Paulo Luciano de Andrade viveu momentos de extrema felicidade durante a infância no Bairro da Rua Nova. Partiu de Formiga em 2004 para Belo Horizonte para “sair da rotina e procurar outras oportunidades”. Filho de João Resende de Andrade e de Maria Aparecida Andrade, é casado Rose Lanne de Souza Silva Andrade e pai das lindas gêmeas Vitória e Júlia. Hoje, ele é professor da educação básica na rede municipal da capital mineira.

                Paulo Luciano teve uma infância muito intensa e as vivências da juventude marcaram muito a sua vida em Formiga. Estava sempre nas caravanas a pé com o pessoal da Rua Nova, que recebia reforço de adolescentes do Santa Luzia e Engenho de Serra rumo ao Parque de Exposições. “Boa parte da turma estava sempre com pouco dinheiro, não dava para esbanjar. Se os shows eram pagos, a gente esperava nos bares e nas barracas do entorno até que liberassem os portões. Ficávamos toda a madrugada passando um frio minuano, o aquecimento ficava por doses generosas de whisky, vodka, rum…”.

                “Em Formiga, a natureza era belíssima. No rio Formiga, havia muita água mesmo em épocas de seca, as margens eram de árvores antigas, animais e aves de todas as cores. Atrás de minha casa, havia uma mata com um enorme buracão, lá, brincávamos quase todos os dias como se fosse em uma selva particular. O futebol era em um campinho que havia em frente ao Saae, que só tinha suas atividades interrompidas quando recebia parques de diversão e lonas de circo.

Sobre suas principais lembranças, o filho do Seu João e de Dona Maria Aparecida recorda das brincadeiras de “finco”, um pedaço de ferro de construção que era afiado nos paralelepípedos para traçar labirintos na terra para prender os adversários. Jogos de bolas de gude e papagaios, “horas dançantes” regadas a paneladas de “batidas”, com cachaça e Q-suco. “Dançávamos até o momento das músicas lentas, aí, eram formados os casais que se flertavam desde o início. Que tempo inesquecível e maravilhoso…!!!”.

Questionado se pretende voltar algum dia a morar em Formiga, Paulo diz que “por enquanto, não há como pensar no assunto. Há uma questão profissional em pauta, além de toda a família já estar adequada em outro ambiente. Mas não estamos longe, sempre que podemos, estamos na cidade para abraçar os parentes e amigos”.