Penitenciária registra 3ª morte em menos de 30 dias
Detento de 36 anos foi encontrado morto na madrugada de sábado, dia 26

Em menos de um mês, a Penitenciária Regional de Formiga registrou três mortes de detentos. A última ocorreu sábado, dia 26 de outubro, quando um presidiário, de 36 anos, foi encontrado morto em uma das celas da unidade.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública [Sejusp], Dione Alves foi achado pendurado em uma corda feita com lençol, amarrada ao pescoço e já sem sinais vitais. Os policiais penais encontraram o preso morto após serem acionados pelos colegas de cela de Dione.
“Informamos que todas as providencias administrativas em relação ao óbito do detento Dione foram tomadas pela direção da Penitenciária de Formiga. A perícia da Polícia Civil esteve no local para os procedimentos de praxe, sendo também responsável pelas investigações no âmbito criminal. Administrativamente, a direção da penitenciária instaurou um procedimento interno para apurar o ocorrido”, afirmou a Sejusp.
De acordo com a secretaria, Dione Alves tinha passagens pelo sistema prisional desde 1º de março de 2009 e era, atualmente, custodiado na Penitenciária de Formiga.
As outras mortes
Os outros dois detentos que morreram tinham 28 e 40 anos. O primeiro, Cláudio Kennedy Borges Oliveira, foi admitido no presídio no dia 23 de março de 2023 e dividia cela com outros dois detentos. Ele foi encontrado morto no dia 30 de setembro em uma cela da unidade por policiais penais. Já o outro, Evandro Lúcio Wanderley, admitido no dia 12 de março de 2023, se envolveu em uma briga no dia 28 de setembro, foi socorrido por policiais penais, inconsciente e com ferimentos provocados por colega de cela, e levado pelo SAMU para a UPA de Formiga. No dia seguinte, foi transferido para o Hospital Municipal de Oliveira, onde evoluiu para óbito no dia 6 de outubro. Sobre esse segundo caso, a Sejusp informou que o preso agressor responderá administrativa e criminalmente pelo ocorrido.
Sobre os três óbitos de detentos registrados em um mês, a Sejusp informou que está investigando administrativamente as mortes. “As investigações criminais são de responsabilidade da Polícia Civil”, completou.
Subversão à Ordem
Nos últimos meses, a Penitenciária Regional de Formiga tem sido palco de alguns acontecimentos. Além das mortes de detentos, a unidade registrou dois atos de subversão à ordem, nas noites dos dias 30 de setembro e 2 de outubro. De acordo com a Sejusp, a subversão a ordem é uma situação na qual o controle da unidade não é perdido pelos policiais penais e os eventos são controlados de forma rápida.
No primeiro ato, detentos de duas celas da unidade colocaram fogo em pedaços de cobertores e uniformes e lançaram aos corredores da ala. A situação foi controlada pelos policiais de plantão e não houve feridos.
No segundo ato, detentos de um dos pavilhões da unidade se manifestaram com gritarias e socos nas grades. Nesse caso, a Sejusp informou que nenhum detento estava fora das celas, que a ação foi controlada rapidamente e não houve feridos nem danos ao patrimônio público.
Ambos os casos deixaram os vizinhos apreensivos. Eles chegaram a compartilhar imagens da fumaça que saiu do presídio e afirmaram que escutaram muitos gritos. Chegaram a temer por uma rebelião na unidade.