Pitadas do Pergaminho

Pitadas do Pergaminho




Filho do Toninho do Rex - I

Saiu no jornal “O Tempo”: No início de 2024, o jornalista Bruno Mateus, 41 anos, filho do formiguense Toninho do Bar Rex, começou a reunir textos em diversos formatos escritos nos últimos 16 anos. Alguns continuarão guardados em cadernos e arquivos no computador, outros serão publicados em “O que pesa sobre todos nós” (Editora Ramalhete), que mescla crônicas, poemas e autoficção e será lançado no dia 9 de novembro, na Casa de Jornalista, em Belo Horizonte.

 

Filho do Toninho do Rex - II

Ao longo de quase 80 páginas, o autor joga com o que é real e o que é invenção. Entre o que é verdade e fantasia, Bruno Mateus fica com um e outro. Assim, participa da festa de aniversário de Mick Jagger em 1968, trabalha no rancho da senhora Lucy Bernstein no Sul dos Estados Unidos, em meados dos anos 1950, mas também chora às margens do lago Titicaca, na Bolívia, abraça seu tio Jairzinho nas arquibancadas do Mineirão e conversa com Fabrício em uma praça de Porto Alegre na crônica que dá título à obra.

 

Filho do Toninho do Rex - III

“O livro traz histórias que realmente vivi, mas poder fantasiar por completo ou misturar realidade e ficção num mesmo texto é algo que me diverte e me interessa muito, pois me dá a possibilidade de fugir do fato, do rigor jornalístico com o qual eu trabalho no dia a dia. No fim das contas, não importa se eu não estive no aniversário do Mick Jagger em 1968, o que eu quero é envolver o leitor na trama e pegá-lo pela palavra”, ressalta Bruno Mateus.

 

Filho do Toninho do Rex - IV

Em “O que pesa sobre todos nós”, o autor olha tanto para dentro de si quanto para o que está lá fora. Os textos ora partem de algo muito íntimo, mas também encontram o que é tão universal: saudade, ironia, amor, alegria, solidão, humor, esperança, revolta e nostalgia – o que pesa sobre todos nós.

 

Filho do Toninho do Rex - V

 

“O livro não foi algo planejado, não sentei e disse ‘bom, agora vou escrever um livro’. Tenho a impressão de que ele foi se construindo, se desenhando, então é interessante perceber também as mudanças pelas quais passei, pelas quais minha escrita passou. Há a ingenuidade e o ímpeto dos meus 25 anos e também minha rabugice e o deboche dos meus 41. No início do ano, decidi reunir essa produção e vi que ali tinha algo que, mesmo tendo textos de estilos diversos, guardava uma coerência entre eles”, afirma o jornalista, que publica um novo livro após ter lançado, há dez anos, “Cruzeiro – Tricampeão Brasileiro” (Editora Magma Cultural), escrito em parceria com o músico Henrique Portugal, ex-tecladista do Skank.

 

Filho do Toninho do Rex - VI

“O que pesa sobre todos nós” transita por temas que vão da música ao futebol (especialmente o seu Cruzeiro), da política a situações cotidianas, como um ridículo programa de TV (“A ira de Josué, o herói cansado”), da relação entre vizinhos no bairro de San Telmo, em Buenos Aires (“A los chicos”), à injustiça a um goleiro marcado pela derrota na Copa de 1950 (“Para Barbosa”). Também há ironia e deboche (“João Doria, minha obsessão” e “Quero ser amigo do Humberto Carrão”), melancolia (“O que pesa sobre todos nós”) e um poema angustiado para Belo Horizonte (“Cidade Partida”).

 

A do dia

_ Olha que interessante, aqui no jornal diz que um camelo pode trabaiá ficando oito dias sem beber, disse um bêbado…

_ Uai, sô, então eu num camelo não, eu fico é oito dias sem trabaiá, só bebendo, comentou o outro bêbado…